Com gritos de ‘Fora, Bolsonaro’, estudantes participam de ato em defesa da democracia em Brasília
11 de agosto de 2022
Na capital federal, o ato foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) (Marcela Leiros/CENARIUM)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
BRASÍLIA – O gramado da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi palco, nesta quinta-feira, 11, de uma das manifestações em defesa da democracia que aconteceu em várias cidades do País durante todo o dia. Estudantes, parlamentares e candidatos se mobilizaram para reivindicar mais investimentos em educação, e também gritar “Fora, Bolsonaro”. Nesta data também é celebrado o Dia do Estudante.
Estudantes, professores e até parlamentares se reuniram em frente ao Congresso Nacional (Marcela Leiros/CENARIUM)
Na capital federal, o ato foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). O estudante de Medicina da Universidade de Brasília (UNB), da etnia Pankaru, Alisson Cleomar dos Santos, de 28 anos, cobrou condições dignas para permanência dos estudantes indígenas nas instituições de ensino.
“De uma forma geral, os estudantes indígenas da universidade sofrem muito com todo esse desmonte na educação. Os povos indígenas, nacionalmente, já sofrem. Quando a gente entra na universidade, o mínimo que a gente quer é uma recepção adequada, de políticas pedagógicas, permanência financeira. Com a entrada desse governo, acabou que atrapalhou ainda mais os povos indígenas. Então, hoje, a gente está aqui lutando pelo mínimo, que é a nossa permanência na universidade, a nossa dignidade como estudantes”, disse ele.
O estudante indígena Pankaru Alisson Cleomar dos Santos (Marcela Leiros/CENARIUM)
Em maio deste ano, o governo federal anunciou um corte de R$ 3,2 bilhões no orçamento do Ministério da Educação (MEC). A medida significou o bloqueio de 14,5% no orçamento discricionário do MEC e das universidades e institutos federais vinculados, que somavam R$ 22,2 bilhões. No dia 3 de junho, foi desbloqueado em torno de 7%. Mas no dia 9 de junho, mais de 3% do orçamento foi cancelado e transferido para outras áreas.
Ato nacional
O ato também ocorreu em Manaus (AM) e São Paulo (SP). Na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), a carta em defesa da democracia e do sistema eleitoral foi lida. O documento já reúne mais de 950 mil assinaturas.
Em Brasília, manifestantes ainda pediram “Fora, Fascistas” (Marcela Leiros/CENARIUM)
Em Brasília, a aposentada Maria Aparecida Virginia de Lima, de 72 anos, estava acompanhada do vizinho, João Manuel, de 17 anos. Eles aguardavam, em frente ao Congresso Nacional, os manifestantes se deslocarem atrás do trio elétrico para se juntarem ao ato.
“Hoje, nós temos aqui, uma jovem democracia ameaçada, e precisamos novamente consolidar a democracia, porque a vontade do povo tem que ser respeitada nas urnas, não existe democracia sem o voto popular”, disse ela.
João Manuel e Maria Aparecida Virginia de Lima (Marcela Leiros/CENARIUM)
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