Com Messias favorito, Lula é pressionado para indicar uma mulher ao STF

A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso abriu mais do que uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF): trouxe de volta à cena política o debate sobre o perfil ideal para integrar a mais alta Corte do País. A escolha, que caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é vista como uma das decisões mais delicadas de seu mandato, não apenas pelo impacto jurídico, mas também pelo peso simbólico e político que carrega.

Nos bastidores de Brasília, diferentes correntes tentam influenciar o processo. De um lado, há quem defenda nomes de forte articulação política, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o advogado-geral da União, Jorge Messias – este último visto com simpatia por setores próximos ao Planalto. De outro, movimentos sociais e entidades civis intensificam a pressão para que uma mulher seja indicada, em nome da representatividade de gênero em um tribunal que, em mais de um século, contou apenas com três ministras.

O impasse coloca Lula diante de um desafio que vai além da escolha de um nome: ele precisará equilibrar expectativas políticas e sociais sem perder de vista a imagem de seu governo. A decisão final deverá refletir tanto as alianças construídas no Congresso quanto o compromisso do presidente com a diversidade e a renovação institucional. Seja qual for o desfecho, a nova indicação ao STF tende a redefinir dinâmicas dentro da Corte e o próprio jogo político em torno dela.