Com pratos inspirados na gastronomia amazônica, chef manauara disputa prêmio nacional em São Paulo

O chef Alysson e a 'assistente' Maria Eduarda com o prato vencedor do Comida Di Buteco 2020, 'Raízes de Caboclo' (Arquivo Pessoal/Reprodução)
Mencius Melo – Especial para Cenarium

MANAUS – O chef Alysson Lima, tetra campeão do concurso Comida Di Buteco/Amazonas 2020, com o prato “Raízes de Caboclo”, está no páreo para faturar o prêmio de melhor petisco nacional. A final acontece em São Paulo e é para lá que ele levará, no próximo dia 6 de outubro, sua criação ancorada no beijú de inhame recheado com filé de matrinxã acompanhado de vinagrete de manjericão e pasta de pimenta murupí com mangarataia.

O prato venceu a edição 2020 realizada somente agora, em 2021, por conta da pandemia. De acordo com o chef que criou o prato em parceria com a esposa Luana Almeida e teve o toque de montagem da filha Maria Eduarda, a vitória veio mais uma vez para celebrar o poder criativo e a dedicação com que ele e Luana pensam a receita e se preparam para a maratona de disputa com outros concorrentes do Amazonas.

O prato campeão de 2018, o Pirapunha (Arquivo Pessoal/Reprodução)

“Nossos petiscos são elaborados a partir das sensações que queremos ter ao provar iguarias aparentemente inusitadas, mas que fazem parte do dia a dia de quem vive na Amazônia. Comer peixe, por exemplo, é um hábito comum para nós amazonenses”, observou. “Por isso quando criamos o ‘Raízes de Caboclo’, o fizemos pensando no cliente que quer ter a sensação de estar na cozinha de casa comendo um bom matrinxã assado”, explicou.

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Campeão absoluto

De fato, Alysson e sua equipe da cozinha do Quiosque Beer sabem criar sabores a partir da culinária regional. Mas, longe de criar receitas complexas, ele sabe dosar bom gosto e simplicidade em uma harmonia vitoriosa no Comida Di Buteco. Para se ter uma ideia, em cinco anos de concurso na edição amazonense, Alysson Lima já venceu quatro edições, ficando com um segundo lugar em 2019 com o prato “Quanãna”. É o campeão absoluto até aqui.

Chef Alysson Lima exibindo suas ‘medalhas’ quando ainda era tricampeão do Comida Di Buteco (Arquivo Pessoal/Reprodução)

Outra característica marcante de suas criações é o toque regional nos ingredientes e na estrutura de apresentação dos pratos. Todos buscam no Amazonas e nas coisas da Amazônia, sua razão de existir. Estão lá as pimentas, a farinha de peixe, as frutas, os molhos a base de tucupi, as folhas, até as madeiras e cestarias. Tudo para lembrar ao cliente a identidade da culinária.

“É a minha forma de traduzir meu mundo, minhas raízes. Não consigo criar receitas para o meu boteco, sem passar pelas bancas de peixe, sem lembrar dos mercados e feiras da minha terra, sem lembrar da minha infância de rios, igarapés e a floresta que cerca Manaus”, detalhou Alysson. E a inspiração da provas de sucesso. Alysson ganhou a primeira edição em 2016 com o “Curruíra ao Molho”, em 2017, com a “Canoa de Piracuí”, em 2018, foi a vez do “Pirapunha”. Em 2019, um segundo lugar com “Quanãna” e agora, em 2020, novamente primeiro lugar com “Raízes de Caboclo”.

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