Com receio da nova variante Ômicron, 21 capitais cancelam festas de Réveillon no País

Tradicional Réveillon no Rio reúne multidão em Copacabana (Gabriel Monteiro/ Agência O Globo)

Com informações do Infoglobo

SÃO PAULO – Ainda que admitam os índices seguros de vacinação e de casos e hospitalizações por Covid-19 atualmente, os prefeitos de 21 capitais já anunciaram que não realizarão eventos de Réveillon. O temor com a nova variante Ômicron e a incerteza sobre o cenário epidemiológico até o fim do mês motivou prefeituras que haviam programado a festa a rever a decisão e reforçou a determinação dos municípios que já não planejavam uma celebração.

Na maioria dos casos, no entanto, os anúncios não foram acompanhados de novas medidas restritivas, e festas particulares continuam permitidas, geralmente com exigência de comprovação da vacina. Especialistas destacam que o cenário, hoje, favoreceria os eventos de virada do ano, mas avaliam que o cenário internacional justifica a prudência e os cancelamentos.

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A prefeitura de São Paulo confirmou ontem o cancelamento da festa de Réveillon na Avenida Paulista, depois que o governo do Estado confirmou ontem o terceiro caso da nova cepa do coronavírus em um paciente no Brasil: um homem de 29 anos que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no sábado vindo da Etiópia.

A capital paulista também vai manter a exigência de uso de máscaras em todos os ambientes, incluindo vias públicas e parques. Mas restrições de ocupação, horário e distanciamento em locais fechados continuam valendo. O passaporte da vacina continua adotado para eventos que prevejam 500 pessoas ou mais.

“Não basta olhar para o panorama de hoje. É preciso fazer projeções, o que é complicado com a Covid-19. É cada vez mais raro ter um caso grave na cidade. O que protege é a alta cobertura vacinal, mas se tiver uma comprovação científica de que a nova variante a ultrapassa, a gente perde nossa principal barreira”, diz Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio.

O governo do estado também estuda e debate internamente qual será a orientação a ser passada aos 92 municípios do Rio. Por enquanto, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, prefere esperar, ao contrário do comitê científico que o assessora e já recomendou na quarta-feira cancelar o evento.

“Qualquer tomada de decisão em relação a Réveillon depende da caracterização do comportamento da variante. É importante cautela e avaliar o cenário epidemiológico dia a dia. Por enquanto, as decisões serão postergadas”, diz Chieppe.

Coordenador do Laboratório de Virologia da UFRJ e integrante do comitê científico do Estado do Rio, Amílcar Tanuri considera que a incerteza é muito alta para a realização da festa.

“Se o Réveillon fosse amanhã, estaria tranquilo, mas não sabemos como estará o cenário daqui a 20 ou 30 dias. Espero que esteja igual hoje, mas sabemos que qualquer variante nova tem chance de causar aumento de casos”, explicou Tanuri, que destacou a falta de condições para se criar mecanismos de controle de público num evento como o Réveillon de Copacabana. “Não teria nem como cobrar máscara, a situação é bem complexa. O ideal seria termos mais 15 dias para aguardar o cenário, mas ficaria muito em cima para a montagem do evento”, relatou.

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