Com Santarém, no Pará, coberta de fumaça, MPF questiona órgãos sobre combate a queimadas
03 de novembro de 2023
Fumaça em Santarém (Reprodução/Twitter)
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium Amazônia
BELÉM (PA) – Há pelo menos duas semanas, Santarém, cidade do Oeste paraense, está coberta por fumaça oriunda de queimadas. Por conta da incidência, o Ministério Público Federal (MPF) cobrou nesta sexta-feira, 3, respostas urgentes sobre a estrutura de combate aos incêndios florestais no Pará.
Neste feriado de Finados, 2 de novembro, o município chegou a registrar um dos piores índices de qualidade do ar no mundo. De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), Santarém apresenta um nível 47.9 em concentração MP2, em uma escala em uma escala de 0 a 160, onde 0 é boa e 160 é muito ruim, o que é considerado nível ruim de poluição do ar.
Nas redes sociais, moradores da região reclamam da fumaça na cidade. “A fumaça em Santarém tá insuportável, eu saio de casa e meu nariz já começa a arder. Não consigo mais ir andando pra faculdade”, diz uma internauta.
a fumaça em santarém tá insuportável, eu saio de casa e meu nariz já começa a arder. não consigo mais ir andando pra faculdade
Outra moradora da região denuncia que a fumaça é resultado de queimada de reservas ambientais. “O fogo não respeita fronteiras, queimando unidades de conservação, reservas legais e todas as demais áreas que por lei deveriam estar ajudando na preservação dos estoques de carbono e assim combatendo as mudanças climáticas“, publica.
Bom dia, diretamente da Floresta Naciobak do Tapajós.
O fogo não respeita fronteiras, queimando unidades de conservação, reservas legais e todas as demais áreas que por lei deveriam estar ajudando na preservação dos estoques de carbono e assim combatendo as mudanças clináticas. pic.twitter.com/dcImMHGC6a
Ontem o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) identificou múltiplos focos de incêndio, principalmente nas proximidades de rodovias federais, e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) comunicou ao MPF a existência de dois incêndios em áreas de reservas extrativistas e dois incêndios fora dessas áreas.
Questionamentos do MPF
Além de questionar os órgãos de fiscalização ambiental, o MPF também solicitou informações a instituições de saúde sobre casos de atendimento e internação devido a problemas respiratórios causados pela poluição do ar. Os órgãos policiais foram questionados se inquéritos foram abertos para investigar incêndios florestais ocorridos na região desde o início de outubro.
Os órgãos requisitados são o ICMBio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas). Nas solicitações, o MPF quer saber quais as ações adotadas pelos órgãos para prevenir e controlar os incêndios na região, com foco na redução do espesso volume de fumaça que afeta Santarém e outras áreas do Oeste paraense.
Santarém encoberta por fumação (Reprodução/Twitter)
Queimadas no Pará
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o Pará é o Estado campeão em queimadas no mês de outubro. Foram registrados 11.150 focos de queimada do dia 1° até o dia 31. O número representa quase 30% do total no Brasil no mesmo período – 39.099.
Segundo boletim de queimadas da Semas mais recente, entre os dias 27 e 29 de outubro haviam 1.080 focos de queimadas em áreas de floresta e 469 focos registrados sobre áreas com características de pastagem e perímetro urbano.
Quanto às áreas protegidas no Pará, o satélite de referência registrou no período analisado 136 focos em áreas de Unidade de Conservação, sendo 59 focos nas UC’s Estadual, 40 focos na UC’s Federal e 37 focos em Terra Indígena.
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