Comer ovo faz bem ou faz mal à saúde? Saiba o que diz a ciência


Por: Cenarium*

14 de janeiro de 2025
Meia dúzia de ovos (Reprodução)
Meia dúzia de ovos (Reprodução)

MANAUS (AM) – Os ovos têm vários atributos a seu favor: estão amplamente disponíveis, são acessíveis, fáceis de cozinhar e cheios de proteínas. Comer ovos junto com outros alimentos também pode ajudar nosso corpo a absorver mais vitaminas. Por exemplo, um estudo descobriu que adicionar um ovo à salada pode aumentar a quantidade de vitamina E que nosso organismo incorpora.

Mas outra característica do ovo o tem colocado algumas vezes na categoria de “vilão” da saúde: o seu alto teor de colesterol, que costuma ser associado a um risco aumentado de doenças cardíacas. Uma gema de ovo contém cerca de 185 miligramas de colesterol, que é mais da metade da quantidade diária de 300 mg de colesterol recomendada por órgãos americanos até recentemente.

O colesterol, uma gordura amarelada produzida no fígado e no intestino, pode ser encontrada em todas as células do nosso corpo. Normalmente pensamos nele como “ruim”, mas na verdade o colesterol é um componente essencial das membranas celulares. Ele é também necessário para que o corpo produza a vitamina D e os hormônios testosterona e estrogênio.

Produzimos todo o colesterol de que precisamos, mas ele também é encontrado em produtos animais que consumimos, como a carne vermelha, camarão e ovos, além de queijo e manteiga. O colesterol é transportado pelo corpo por moléculas de lipoproteínas no sangue. Cada pessoa tem uma combinação diferente de vários tipos de lipoproteínas, e nossa composição individual desempenha um papel determinante no risco de desenvolver doenças cardíacas.

O colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) – conhecido como colesterol “ruim” – é transportado do fígado para as artérias e tecidos do corpo. Os pesquisadores dizem que isso pode resultar no acúmulo de colesterol nos vasos sanguíneos e aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Mas os cientistas não estabeleceram qualquer vínculo definitivo sobre o consumo de colesterol e o aumento no risco de doenças cardiovasculares.

Em vez disso, enfatiza-se a limitação da quantidade de gordura saturada que consumimos, o que, sim, pode aumentar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Alimentos que contêm gorduras trans, em particular, aumentam nossos níveis de LDL. Embora algumas gorduras trans estejam naturalmente em produtos de origem animal, a maioria é produzida artificialmente e é encontrada em níveis mais altos em margarinas, salgadinhos, alimentos fritos e assados, como bolos e donuts.

Enquanto isso, junto com os camarões, os ovos são os únicos alimentos ricos em colesterol e com baixos níveis de gordura saturada.

“Enquanto o colesterol nos ovos é muito maior do que na carne e outros produtos de origem animal, a gordura saturada aumenta o colesterol no sangue. Isso vem sendo demonstrado por muitos estudos há anos”, diz Maria Luz Fernandez, professora de ciências nutricionais da Universidade de Connecticut cujas pesquisas mais recentes não encontraram relação entre comer ovos e um aumento no risco de doenças cardiovasculares.

Outros impactos na saúde

Embora o debate sobre a relação entre os ovos e as doenças cardiovasculares ainda esteja a pleno vapor, já se sabe outras maneiras pelas quais o alimento influencia nossa saúde. Uma delas é através de um composto presente nos ovos chamado colina, que pode ajudar a nos proteger contra a doença de Alzheimer. Ele também protege o fígado.

A colina também pode ter efeitos negativos –e ela nos leva de volta à questão das doenças cardiovasculares.

Na microbiota intestinal, a colina é metabolizada e transformada em uma molécula chamada TMO, que é então absorvida no fígado humano e convertida em TMAO – esta sim uma molécula ligada a um risco aumentado de doenças cardiovasculares.

(*) Com informações da Folha de S.Paulo

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