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Comerciante negro denuncia DB por racismo; jovem foi revistado sem aviso e ficou nu diante de funcionários
Supostas práticas de constrangimento ilegal e racismo ocorreram no Hiper DB do Mutirão (Reprodução/Internet)
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14 de dezembro de 2021
Nauzila Campos – Da Revista Cenarium
MANAUS – João Victor da Silva, negro, comerciante de 21 anos, descarregava abacaxis para sua banca enquanto falava com a reportagem da CENARIUM. Trabalhador desde muito novo, vende frutas e verduras no Jorge Teixeira 4, Zona Leste de Manaus. Entristecido, ele relembra o que aconteceu no dia 29 de novembro de 2021, quando foi fazer compras no ‘Hiper DB’ do Mutirão para abastecer seu pequeno comércio.
De acordo com o que João relatou no Boletim de Ocorrência, registrado no 27º Distrito Integrado de Polícia (DIP), enquanto escolhia produtos no estabelecimento comercial, foi abordado sem aviso por dois homens vestidos com o uniforme do DB na frente de clientes e funcionários. Foi, então, constrangido e obrigado a entrar em uma pequena sala e tirar toda a roupa. O motivo para tanto constrangimento foi dito só depois: como o comerciante estava com os bolsos muito cheios, os seguranças desconfiaram que João estava cometendo furto. João provou depois que o que tinha nos bolsos era dinheiro para pagar o que estava comprando.
Uma audiência com a presença de representante do Supermercados DB LTDA. foi marcada para o dia 17 de janeiro de 2022. A rede de supermercados e os funcionários envolvidos podem responder pelos crimes de Constrangimento Ilegal (artigo 146 do Código Penal) e Racismo (artigo 20, CP).
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O dia 29 de novembro começou como um dia comum de trabalho para João. “No dia do ocorrido, eu estava desde 3h da manhã na Manaus Moderna fazendo compras. Depois, ainda pela manhã, fui ao DB como de costume verificar o preço dos frangos, pois também trabalho com frango cortado na hora. Foi quando tudo aconteceu”, conta. Ao ser perguntado pela CENARIUMse acredita ter sido vítima de racismo, João é contundente: “eu fui, sim, vítima de racismo por eu ser negro e ter tatuagem, ainda somos discriminados”.
A ocorrência tem pouco mais de um mês, mas o trauma ficou. “Nesse dia nem sei como voltei pra casa, foi uma mistura de vários sentimentos, minha tia que me levou na delegacia. Agora, só saio de casa com algum familiar, pois minha família ficou apreensiva com o que aconteceu.”, conta o jovem.
ACENARIUM entrou em contato com a assessoria da rede de Supermercados DB, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno. O portal se mantém à disposição da empresa para atualizar o texto com sua defesa.
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