Compra de votos lidera crimes eleitorais investigados pela PF no Amazonas
Por: Marcela Leiros
27 de outubro de 2024
MANAUS (AM) – O crime de compra de votos é a totalidade de casos eleitorais apurados pela Polícia Federal (PF) no Amazonas nesta eleição, de acordo com o Painel de Business Intelligence (BI) – Casos Eleitorais em Andamento. O período considerado pelo sistema foi de 16 de agosto deste ano a este domingo, 27.
O painel acompanha as ações em tempo real durante o primeiro e segundo turno das eleições municipais. A ferramenta foi lançada em agosto deste ano para o público acompanhar, de forma detalhada, as investigações em curso sobre crimes eleitorais.
No Estado, do período citado, são apurados nove casos, sendo que todos são do crime vedado pelo Artigo 299 do Código Eleitoral (CE): “Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita“. A pena é de reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Quanto ao número de conduzidos — número de pessoas conduzidas a uma unidade da Polícia Federal em flagrante — foram 13 no período. A PF não informa a identidade dos detidos devido ao Artigo 13 da Lei de Abuso de Autoridade que proíbe “constranger o preso ou detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência a exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública”.
Prisão em flagrante
Nesse sábado, 26, a PF prendeu em flagrante pastores evangélicos suspeitos de compra de votos em uma igreja na Zona Norte de Manaus (AM). Segundo a instituição, duas pessoas foram presas em flagrante e mais três pessoas foram encaminhadas à Superintendência Regional para prestar esclarecimentos.
A prisão ocorreu durante a “Operação Eleições 2024“. A igreja foi alvo de ação policial após denúncia de reunião destinada somente a eleitores da capital, convocada por líderes religiosos, com a justificativa de progresso para a comunidade.
Durante a operação, os policiais encontraram a quantia de R$ 21.650,00 mil em espécie, fracionados em envelopes brancos numerados, lista de presença com 50 assinaturas de eleitores e equipamentos eletrônicos.
De acordo com a PF, aparentemente, “a entrega dos envelopes seguia um fluxo organizado”, com a participação de membros da igreja, e havia forte indício de que se tratava de uma operação estruturada, em que o líder anotava os nomes, outro conferia e entregava o dinheiro. Os presos podem responder pelo crime de corrupção eleitoral em liberdade, após pagamento de fiança.