Comunidade ribeirinha recebe influencers e criadores de conteúdo de todo o País para debater sobre a Amazônia

Comunidade de Tumbira, às margens do Rio Negro, no Amazonas. (Reprodução/Internet)
Eliziane Paiva – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Comunidade de Tumbira, uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), às margens do Rio Negro e distante 64 quilômetros de barco partindo de Manaus, vai receber entre os dias 25 a 31 de julho, o projeto “A Floresta Ensina”, onde influenciadores e criadores de conteúdos vão trocar conhecimentos e debater sobre a Amazônia, seus povos originários e sobre as mudanças climáticas que os afetam.

Reconhecida pela natureza exuberante e pelas ações que respeitam o ecossistema a que pertence, Tumbira, pertencente à região do arquipélago de Anavilhanas, vai reunir os participantes que poderão conhecer de forma mais profunda a floresta e, sobretudo, as pessoas que engajam o turismo sustentável por meio de seus empreendedores locais que disponibilizam pousadas além de apresentar seu artesanato e a gastronomia amazônica.

Comunidade de Tumbira, às margens do Rio Negro, no Amazonas. (Reprodução/Internet)

Empreendedor e responsável pela pousada Garrido na comunidade, Roberto Brito conversou com a reportagem da REVISTA CENARIUM sobre a notoriedade de projetos que versam pelo conhecimento mais aprofundado da Amazônia por parte de pessoas que nunca tiveram contato com a região.

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“Essas pessoas que vêm de fora levam a vivência de hoje com qualidade de vida e meio ambiente melhorado. Essa é uma oportunidade para outras regiões conhecerem o trabalho desenvolvido aqui na comunidade e valorizar os ‘caboclos’ ribeirinhos aqui da região”, disse Brito, sobre as expectativas quanto ao projeto, cujo objetivo é valorizar a floresta.

Pousada Garrido, na Comunidade de Tumbira. (Reprodução/Internet)

Durante os dias de imersão, cerca de 60 participantes convidados e não familiarizados com a pauta ambiental vão participar da experiência, que os levam a uma vivência na floresta.

Participando de debates sobre justiça climática, racismo ambiental, crise hídrica, soberania alimentar e outros assuntos que cercam o tema em espaços de interação e conhecimento, os influenciadores vão ser conduzidos a passeios na mata para entender as peculiaridades locais e, assim, embasar informações reais com o seu público, de forma autêntica e democrática.

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Em sua primeira edição, a proposta de imersão na floresta foi idealizada pela ativista e empreendedora social Kamila Camilo e pelo ativista e influenciador Raull Santiago, por meio da Creators Academy, organização filantrópica que escolheu o bioma amazônico para discussão referente à redução do desmatamento e a emergência em salvar a floresta.

Igarapé do Tumbira. (Reprodução/Internet)

De acordo com Kamila, uma das propostas é a de “mergulhar profundamente” na rotina dos comunitários e de, literalmente, se integrar à floresta. “Vamos visitar igapós, assistir o nascer do sol, fazer passeios noturnos para ouvir os sons da floresta, teremos dança, arte, música, ouviremos histórias sobre os seres da floresta e suas lendas. Também vamos ter um momento de reflexão, diálogos e construção de mensagens”, explicou Kamila.

O projeto reforça que o objetivo é conversar com a maior diversidade de audiências possíveis. “Nesse primeiro ano trouxemos pessoas influenciadoras convidadas, observando uma diversidade de nichos de atuação, gênero, raça, território, temos uma participante que é PCD, então o critério é ampliação de vozes mesmo”, disse Kamila.

Comunidade de Tumbira, RDS às margens do Rio Negro, no Amazonas. (Reprodução/Internet)

Para a iniciativa, a Comunidade de Tumbira foi escolhida por ser uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), segundo a idealizadora do projeto, que “materializa o valor da conservação da floresta em pé na veia”; e ainda será beneficiada no sentido de fortalecimento da economia local, pois, assim como a hospedagem e alimentação, o artesanato da comunidade faz parte do investimento.

Mesmo com a diminuição de turistas por conta da pandemia de Covid-19 no ano passado, as pousadas das comunidades das margens do Rio Negro, assim como a de Tumbira, receberam mais de 680 turistas, apontando um cenário otimista para retomada econômica da atividade para 2022.

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