Comunidades quilombolas recebem testagem de Covid-19 em estado da Amazônia Legal

Jarleson Lima – Da Revista Cenarium*

MANAUS – O Governo do Maranhão informou nesse domingo, 26, que mais de 400 moradores de comunidades quilombolas do estado receberam assistência médica e testagem para o novo Coronavírus. A ação foi realizada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma).

Ao todo, as atividades percorreram oito territórios quilombolas em três cidades e contou com o apoio da Secretaria de Estado Extraordinária de Igualdade Racial (Seir) e dos municípios visitados. 

O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, destacou a importância de dedicar atenção àqueles que vivem em áreas mais distantes da zona urbana: “Em duas semanas percorremos três municípios e oito comunidades quilombolas, levando acesso à saúde e testagem para a Covid-19. Isso mostra que o Governo do Estado está ao alcance até mesmo das populações mais distantes das zonas urbanas. Na luta contra a pandemia nós somos todos iguais e por isso devemos oportunizar os direitos básicos de vida a todos”, disse.

As ações

As medidas de prevenção, diagnóstico e assistência aos quilombolas foi iniciada na última quarta-feira, 15. As ações visitaram as cidades de Serrano, São Vicente Ferrer e Matinha, percorrendo os quilombos Olho D’Água, Soledade, Santo Antônio, Santa Maria dos Furtados, Bom Lugar, Juçaral, São Caetano e Bom Jesus. 

Durante as duas semanas de atividade, foram realizados 444 testes, além de outros atendimentos em saúde. Destes, 127 deram reagente para Covid-19 e em 90 deles o vírus ainda se mantinha ativo no organismo.

Os povos no Estado

O estado do Maranhão é um dos que mais possui povos quilombolas e indígenas no Brasil. São cerca de sete etnias indígenas e mais de 700 comunidades quilombolas reconhecidas espalhadas pelo território. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 94% da população do município de Serrano do Maranhão vive em terras de quilombo.

Segundo a coordenadora da Fesma, Cheila Farias, esses povos necessitam de atenção especial: “O nosso estado tem particularidades que outros não possuem, como é o caso da população quilombola e indígena. Eles também precisam estar protegidos durante a pandemia, por isso destacamos médicos e enfermeiros para atuarem com os profissionais da Seir e dos municípios, realizando consultas e testes rápidos”, pontuou.

O governo informou ainda que as pessoas com o vírus da Covid-19 ainda ativo estão em isolamento domiciliar e recebendo acompanhamento de profissionais de saúde dos municípios. Em caso de agravamento, os quilombolas deverão ser referenciados pelas unidades municipais para a referência estadual mais próxima, conforme o fluxo estabelecido pela SES para o enfrentamento da Covid-19.

(*) Com informações da assessoria