Confederação dos agricultores questiona alterações na Lei de Terras do Maranhão


22 de janeiro de 2024
Confederação dos agricultores questiona alterações na Lei de Terras do Maranhão
Trabalhadores rurais que retiram da agricultura familiar os alimentos e dinheiro para seu próprio sustento (Alf Ribeiro/Shutterstock.com)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA (DF) – A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) questiona, no Supremo Tribunal Federal, a validade de alterações na Lei de Terras do Estado do Maranhão. A matéria é objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7588, distribuída ao ministro Luiz Fux.

Ampliação

Segundo a entidade, a lei estadual 12.169/2023, ao alterar parte da Lei de Terras do Maranhão (Lei estadual 5.315/1991), ampliou de 200 hectares para 2.500 hectares a regularização fundiária de cada área individual. Com isso, deixou de contemplar apenas agricultores familiares para permitir o acesso a terras rurais por pequenos, médios e grandes empreendedores.

Para a confederação, a lei exclui povos tradicionais da política pública de democratização do acesso à terra (Reprodução/STF)
Comunidades tradicionais

Além disso, a Contag sustenta que a modificação proibiu regularizações fundiárias que envolvam terras ocupadas por comunidades tradicionais, como povos quilombolas e quebradeiras de coco babaçu. A seu ver, em lugar de protegê-los, a nova norma excluiu esses povos da política pública de democratização do acesso à terra, além de alterar a regularização fundiária de áreas de proteção ambiental permanente em um período de emergência climática.

Conflitos

Para a confederação sindical, a mudança reduz o acesso às terras por quem mais precisa, gerando grande retrocesso em um Estado com históricas desigualdades sociais e econômicas. Na sua avaliação, as alterações podem potencializar conflitos agrários e grilagem de terras, inclusive, com o uso de violência.

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(*) Com informações do Supremo Tribunal Federal (STF)

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