Conselho de Cultura antecipa 10ª edição dos Prêmios Literários Cidade de Manaus

Edital Prêmios Literários Cidade de Manaus foi lançado na manhã desta quinta-feira, 6 (Oliveira Júnior/Manauscult)

Alessandra Leite – Da Revista Cenarium

MANAUS – “Deus dá a todos uma estrela. Uns fazem dela um sol. Outros nem conseguem vê-la”. Com esses versos da poeta paranaense Helena Kolody, evocando o dom e a beleza da vida traduzidos em poesia, o presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, anunciou, na manhã desta quinta-feira (6), a 10ª edição dos Prêmios Literários Cidade de Manaus 2021, durante evento no Cassina Casarão da Inovação, localizado na praça Dom Pedro II, Centro Histórico de Manaus. “A palavra é imortal. A arte é eterna e nos ajudam a enfrentar as agruras da nossa existência. O concurso “Os prêmios literários Cidade de Manaus” tem essa função cultural e social também de criar oportunidades”, ressaltou Telles.

Os Prêmios Literários Cidade de Manaus é um concurso em nível nacional, voltado para escritores brasileiros que possuam obras literárias inéditas. O concurso tem 20 categorias, divididas em nacionais e regionais, que contemplam as diversas expressões literárias. Os valores das premiações variam entre R$ 3 mil a R$ 5 mil. Na última edição, segundo o Concultura, 11 autores tiveram suas obras premiadas. Com apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), o edital está com as inscrições abertas de hoje, 6/5, até o dia 23 de junho.

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Esta edição, de acordo com o presidente do Concultura, será totalmente digital, de modo a simplificar o processo e viabilizar a participação de novos autores que tinham muitos custos nas versões anteriores com a impressão de exemplares e taxas dos Correios, o que acaba dificultando ou até impedindo a participação de potenciais talentos.

Para o presidente do Concultura, Tenório Telles, o concurso tem o sentido de motivar os escritores neste momento de pandemia (Oliveira Júnior/Manauscult)

O presidente do Concultura relembrou a trajetória artística do poeta amazonense Luiz Bacellar (1928-2012), cuja obra tornou-se nacionalmente conhecida a partir do livro “Frauta de Barro”, vencedor do Prêmio Olavo Bilac em 1959, no Rio de Janeiro. O concurso era nacional, sendo disputado por poetas de todo o Brasil, além de ter Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade como membros da comissão julgadora. “Essa pequena vitória deu ao poeta o reconhecimento em sua terra, consagrando-o como autor. Os escritores precisam dessa motivação, do reconhecimento, para continuarem nos brindando com a alegria de suas palavras. Aquele prêmio mudou para sempre a vida do Bacellar e da nossa literatura. De anônimo, ele passou a ser um dos grandes poetas da sua terra, escrevendo, posteriormente, tantas outras obras significativas”, enfatizou Tenório.

“Sem a arte a vida não seria possível. Sem o conhecimento, a vida seria uma escuridão absoluta. Esse prêmio é a afirmação de tudo isso”.

Tenório telles – Poeta e presidente do concultura

Tradicionalmente lançado no final do ano, como parte das comemorações do aniversário de Manaus, o edital foi antecipado, este ano, para que os artistas sejam contemplados ainda no período difícil causado pela pandemia, segundo enfatizou o presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, durante o lançamento. “Esperamos que esta nova edição seja mais um estímulo para que os autores venham criar suas obras, especialmente neste momento delicado que estamos atravessando. As atividades artísticas são importantes para a construção da sociedade. Desejamos que novas obras possam nascer para enriquecer a nossa literatura e o nosso patrimônio cultural”, destacou Oliveira.

O concurso tem 20 categorias, divididas em nacionais e regionais, que contemplam as diversas expressões literárias (Oliveira Júnior/Manauscult)

A Janela Encantada

Transmitido via live para respeitar as medidas de distanciamento social impostas pela pandemia de Covid-19, o evento contou com apresentação musical de artistas do projeto Curumim na Lata, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do Centro Municipal de Artes e Educação (CMAE), Aníbal Beça, que tocaram o Hino Nacional, seguidos pelo estudante da Escola Municipal Sérgio Pessoa Figueiredo, Júlio César Alecrim Leal, de 10 anos, cuja declamação do poema “A Janela Encantada”, do poeta Thiago de Mello, encantou a todos.

O evento contou com apresentação musical de artistas do projeto Curumim na Lata (Oliveira Junior/Manauscult)

“Essa criança representa o amor pela arte, o amor pela palavra. A união da educação com a cultura, como elemento fundamental para transformar as pessoas. Todos nós que estamos aqui tivemos a nossa vida transformada pelas palavras. A arte é tão importante, não só porque ela entretém, mas porque ajuda a dar sentido as nossas vidas e existências”, declarou Tenório Telles.

“A vida sempre foi boa comigo.
Quando soube que o meu coração
estava carregado de sombras
e que ele só se alimenta de luz,
abriu uma janela no meu peito
para que por ela possam entrar
o resplendor do orvalho
o fulgor das estrelas
e o invisível arco-íris do amor”.

Thiago de Mello, poeta amazonense, em “De uma vez por todas”, 1996.

O evento de lançamento teve, ainda, a partipação do ator e gestor do Museu da Cidade de Manaus, Leonardo Novellino, que declamou o poema “José”, de Carlos Drummond de Andrade, seguido de show musical do cantor amazonense Higor Filho, interpretando “E agora José”, musicalizado por Paulo Diniz e realizou performance dos poemas Dois Tankas II e Vitórias-Régias, da poeta amazonense Violeta Branca, além do poema “Água Doce”, da também poeta amazonense Astrid Cabral.

Artista Leonardo Novellino durante performance e declamação de poemas (Oliveira Júnior/Manauscult)

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