Conselho Indígena de Roraima discute combate a incêndios florestais na Amazônia


Por: Bianca Diniz

01 de setembro de 2024
Conselho Indígena de Roraima discute combate a incêndios florestais na Amazônia
Organização apresentou um panorama sobre a atuação dos povos indígenas no combate aos incêndios. (Greenpeace/Vitor Moriyama)
Bianca Diniz – Da Cenarium

BOA VISTA (RR) – O Conselho Indígena de Roraima (CIR) participou do webinar “Desafios e Soluções no Enfrentamento aos Incêndios Florestais na Amazônia”, na quarta-feira, 28, promovido pelo Fundo Casa Socioambiental. A coordenadora de Gestão Territorial, Ambiental e Mudanças Climáticas do CIR, Sineia do Vale Wapichana, representou a organização no evento on-line que reuniu especialistas em conservação, lideranças indígenas e representantes de organizações socioambientais.

Sineia Wapichana explicou sobre o sistema de monitoramento e combate aos incêndios em territórios indígenas. (Reprodução/Internet)

Durante sua participação, Sineia, que também atua como coordenadora nacional do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas (CIMC) e copresidente do Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas (Caucus Indígena), enfatizou a importância de integrar o conhecimento tradicional dos povos indígenas com a tecnologia moderna para enfrentar as mudanças climáticas na Amazônia e em outras regiões. “O conhecimento tecnológico e tradicional deve andar lado a lado. O trabalho de prevenção tem como ponto principal a construção dos Planos de Vida das comunidades indígenas”, destacou.

Sineia destaca a importância de reunir o conhecimento tradicional com técnicas modernas. (Reprodução/Fundo Casa)

Lavrado

Em sua apresentação, a representante do CIR, apresentou um panorama do trabalho do CIR no combate aos incêndios florestais, destacando a preservação do Lavrado, bioma típico de Roraima. Sineia ressaltou a necessidade saber lidar com as queimadas na região, onde as condições climáticas e características do bioma contribuem para a alta incidência de incêndios. “Nosso bioma, o Lavrado, tem características próprias, e o combustível aqui é mais propenso a pegar fogo”, explicou.

Imagem aérea de uma área do lavrado antigida por queimadas. (ISA/Lucas Silva)

Sineia também destacou o preocupante aumento dos focos de incêndio originados fora das terras indígenas, o que intensifica os desafios para as comunidades na proteção de seus territórios. “Este ano, 70% dos focos de incêndio em Roraima tiveram início fora das terras indígenas, aumentando consideravelmente nossos desafios”, afirmou.

Para enfrentar essas dificuldades, o CIR tem investido desde 2010 na formação de brigadistas comunitários para atuar na linha de frente do combate ao fogo. Em 2022, a organização promoveu uma reciclagem para atualizar e melhorar as técnicas de prevenção e controle de incêndios, reforçando o compromisso com a proteção ambiental e a segurança das comunidades indígenas.

Leia mais: Focos de incêndio em Roraima ficaram acima da média em agosto, alerta governo estadual

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