‘Consigo levar até mais três meses’, diz Eduardo Bolsonaro sobre mandato
Por: Lucas Thiago
20 de julho de 2025
MANAUS (AM) – O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que não vai renunciar ao cargo. A declaração do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi registrada durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, neste domingo, 20, data que encerra os 120 dias do pedido de licença do mandato. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi morar nos Estados Unidos em março deste ano, sob a alegação de perseguição política.
Na transmissão, o parlamentar afirmou que consegue prorrogar o prazo da licença por mais três meses. “Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, afirmou o deputado licenciado, citando que prefere morrer nos EUA a ser preso no Brasil. “Vocês acham mesmo que eu vou forçar minha família a entrar numa cadeia? Prefiro morrer aqui no exílio”.

No STF, Eduardo é investigado pela sua atuação junto ao governo norte-americano para promover medidas de retaliação contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a Constituição uma das hipóteses de perda do mandato é a ausências não justificadas de um terço das sessões ordinárias da Casa. Segundo o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o deputado pode ser cassado por faltas ao não retornar ao Brasil.
‘Lambe botas’
No início do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Eduardo Bolsonaro pediu licença não remunerada do mandato na Câmara dos Deputados para ficar “tentando lamber as botas do [presidente dos Estados Unidos Donald] Trump”. A declaração foi registrada durante uma coletiva de imprensa em Brasília. Segundo Lula, as ações do deputado são inaceitáveis e podem ser caracterizadas como “terroristas”.
“Os EUA precisam compreender que respeito à integridade das instituições dos outros países é muito importante. Um país não pode ficar se intrometendo na vida do outro, querendo punir outro País, isso não tem cabimento”, afirmou Lula. As críticas ao deputado Bolsonaro são em razão da atuação do parlamentar no exterior contra o que ele classifica como “ditadura do judiciário“.
Eduardo Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal (PF) desde o último 26 de abril, pelos possíveis crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A investigação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).