A busca pela igualdade na saúde pública brasileira é um chamado para a consciência coletiva, uma jornada que todos devemos trilhar com determinação e compreensão.
Em um país diversificado como o Brasil, é vital reconhecer que a origem da formação de um profissional de saúde não deve ser um obstáculo para o reconhecimento de seu valor e habilidade.
Todos, sem exceção, devem ser valorizados pelo conhecimento e competência que trazem consigo.
A riqueza da saúde pública reside na diversidade de experiências e perspectivas que os profissionais, sejam formados no Brasil ou no exterior, oferecem ao sistema.
Cada experiência, cada aprendizado adquirido em diferentes partes do mundo, pode enriquecer nossa abordagem à medicina, trazendo inovação e compreensão global para os desafios locais que enfrentamos.
A ideia de implementar uma prova unificada para todos os médicos, nos moldes do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), representa um passo corajoso em direção à erradicação do preconceito que ainda permeia nossa sociedade.
Esta avaliação justa e rigorosa, aplicada equitativamente a todos os profissionais, independente da origem de sua formação, garantirá que apenas os mais capacitados e preparados exerçam a medicina.
Estaríamos, assim, edificando um sistema de saúde baseado na meritocracia e no conhecimento técnico, onde o talento é reconhecido e recompensado.
A grande preocupação é que muitas universidades brasileiras e estrangeiras exigem muito pouco de seus alunos, o que acaba afetando a qualidade técnica desses futuros profissionais.
Não é possível reconstruir a saúde pública do Brasil sem acabar com o preconceito.
Edgar Portela é consultor jurídico, professor de Direito Constitucional. Escreve sobre assuntos políticos no âmbito do direito à saúde e direitos humanos.
(*)Edgar Portela é consultor jurídico, professor de Direito Constitucional. Escreve sobre assuntos políticos no âmbito do direito à saúde e direitos humanos.