Contra Covid-19, China vai instalar uma barreira física no topo do Everest
10 de maio de 2021
Objetivo é impedir que alpinistas escalando a montanha pelo lado do Nepal entrem no País (Phunjo Lama/AFP)
Com informações da Folhapress
SÃO PAULO – O ponto mais alto do mundo vai ganhar uma linha divisória. O governo chinês anunciou nesse domingo, 9, que pretende criar uma barreira física no alto do monte Everest, na fronteira entre o País e o Nepal. O objetivo da medida é impedir que alpinistas de um lado entrem em contato com os do outro, dificultando assim a transmissão do novo coronavírus na região. Atualmente não existe nenhuma divisória física para os escaladores.
A notícia foi confirmada por Nyima Tsering, que dirige a pasta responsável por regular as atividades do Everest do lado chinês, para a agência estatal de notícias Xinhua. O dirigente não deu detalhes de como a barreira vai funcionar e nem um prazo para sua instalação.
O pico da montanha, local onde está a fronteira entre os dois países, fica a mais de 8.800 metros acima do nível do mar (Phunjo Lama/AFP/Phunjo Lama/AFP)
O pico da montanha, local onde está a fronteira entre os dois países, fica a mais de 8.800 metros acima do nível do mar. Tradicionalmente, os alpinistas dos dois lados se encontravam nesse espaço, mas a China quer impedir que isso aconteça porque o vizinho passa atualmente por uma segunda onda de coronavírus.
No domingo, o Nepal registrou 88 mortes por causa da doença, um recorde na pandemia. O número de casos novos diários, que não alcançava 200 no início de abril, agora chega a quase 9.000. No total, o País de 28 milhões de habitantes registrou 403.794 casos confirmados de coronavírus e 3.859 mortes.
Por causa da pandemia, a escalada do Everest estava proibida desde o ano passado, mas recentemente o governo nepalês liberou novamente a atividade. Até o momento, 408 escaladores receberam autorização para tentar fazer a escalada pelo lado do Nepal este ano, um recorde. Do lado chinês, foram apenas 21 autorizações deste tipo.
De acordo com o jornal The New York Times, o acampamento onde os escaladores ficam no Nepal antes de concluir a escalada teve um surto de coronavírus e muitos alpinistas foram contaminados –dezenas de pessoas tiveram que ser resgatadas de helicóptero e levadas para hospitais da capital, Katmandu, após apresentarem sintomas enquanto subiam a montanha.
Por isso, o governo chinês também anunciou mais medidas de proteção, incluindo a instalação de um posto de controle na saída de seu acampamento-base. Agora, os alpinistas e seus guias terão que passar pelo local e, em caso de suspeita de contaminação, deverão ficar em isolamento antes de serem liberados para deixar a montanha.
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