Contra H3N2, cidade de RO pede que população evite buscar vacina em UBSs
30 de dezembro de 2021
Para justificar o argumento, a prefeitura alega a ausência de uma vacina desenvolvida especificamente para a H3N2 e falta de doses da vacina já conhecida contra a gripe. (Reprodução/ Divulgação)
Iury Lima – Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) – A Prefeitura de Vilhena (a 705 quilômetros de Porto Velho, em Rondônia) defende o combate ao surto de H3N2 – a variante Darwin, do vírus da Influenza A (gripe) -, sem o uso de vacinas, afirmando que o aumento da contaminação pela doença, no município, “pode ser evitado apenas com medidas de prevenção já conhecidas” e pede que a população não procure doses do imunizante contra a gripe nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
A declaração foi dada em uma nota informativa do Executivo municipal a respeito do número de casos confirmados e recomendações à população, na última quarta-feira, 29.
Quase 3 mil pessoas com gripe procuraram atendimento médico, em Vilhena, nos últimos sete dias. (Reprodução/Prefeitura de Vilhena)
Para justificar o argumento, a prefeitura alega a ausência de uma vacina desenvolvida especificamente para a H3N2 e a falta de doses da vacina já conhecida. Por outro lado, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a tradicional vacinação contra a gripe está aberta para toda a população rondoniense maior de seis meses de idade, considerando a imunização crucial para conter a disseminação, também, da variante.
Aumento de casos, internações e mortes
Até o dia 20 de dezembro, a contar do primeiro dia do mês, Rondônia já contabilizava 837 casos confirmados de influenza, de acordo com a Sesau. Não há atualização mais recente deste quantitativo, mas, a pasta confirma que subiram as internações e óbitos em decorrência da gripe: eram 34 pessoas internadas até esta última quarta-feira, 29, sendo 13 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 21 pacientes em leitos clínicos. Até agora, o Estado registra 8 vítimas da doença, entre elas, duas crianças de 2 e 4 anos de idade.
Como medida de prevenção durante as internações, o governo estadual criou novos leitos de UTI com a finalidade de isolar crianças infectadas, impedindo, dessa forma, a disseminação da doença entre outros pacientes das enfermarias e UTIs já existentes em unidades de saúde, como no caso do Hospital Infantil Cosme e Damião, na capital.
“Com o alto avanço do surto de gripe, o Estado tem visto crescer demandas de atendimentos para crianças e adultos nos hospitais. Por esse motivo, o Governo de Rondônia criou cinco leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital Infantil Cosme e Damião, para tratar crianças com influenza. A unidade precisou se adequar para isolar os pacientes e tratar de forma segura e célere todas as crianças testadas positivas com o vírus”, informou a Sesau.
Situação em Vilhena
A procura por atendimento por conta de sintomas gripais subiu a índices inesperados no município de 102 mil habitantes. O recorde foi atingido no último dia 27, quando 337 pessoas recorreram ao Ambulatório da Covid-19.
O Executivo compara o aumento de casos de gripe com a média de positivados para o novo coronavírus. “Desde o início da elevação dos casos, a cidade registrou 3.281 atendimentos de pessoas com sintomas de gripe e 314 confirmados de Covid-19. Potencialmente, a cidade teve de 24 de novembro para cá, 2.967 pessoas com gripe que procuraram atendimento médico. O número total de infectados, porém, deve ser maior, visto que muitos acabam não indo até as unidades de saúde”, detalhou.
“A Prefeitura de Vilhena já prevê a contratação de mais profissionais de saúde para lidar com o aumento de casos. Neste período de festas a Semus recomenda que todos mantenham o bom senso em prol da saúde de seus familiares, evitando contato sem máscaras e aglomerações”, acrescentou.
Sobre a vacinação, a prefeitura afirma ter aplicado todas as 23 mil doses de imunizante contra a gripe, entre março e outubro, recebidas do Ministério da Saúde (MS), mas que não recebeu mais vacinas. “No entanto, a variante Darwin da gripe H3N2 é recente e nenhuma vacina existente até o momento é capaz de conferir imunização. A previsão é que haja vacinas disponíveis somente em fevereiro ou março, conforme previsão do Butantan. Assim, a prefeitura recomenda que as pessoas não procurem os postos de saúde em busca de vacinas para gripe, visto que a circulação de pessoas desnecessariamente pode fazer o surto aumentar”, concluiu a prefeitura de Vilhena.
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