COP26: foco em bioeconomia é principal estratégia ambiental do Pará

Entre os principais objetivos apresentados pelo Governo do Pará, na COP26, está a bioeconomia. (Divulgação)

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), realizada em Glasgow, na Escócia, o Governo do Pará apresentou desafios ambientais que possam captar recursos para iniciativas e projetos que possibilitam e priorizam a preservação da floresta amazônica. Entre os principais objetivos apresentados está a bioeconomia.

Segundo o governador do Estado, Helder Barbalho, o Pará chegou à COP26 sendo o primeiro Estado brasileiro a ter uma estratégia estadual de Bioeconomia, com a garantia assinada no dia 18 de outubro de 2021. Ainda de acordo com o governo, o Pará lidera o ranking de Plano Estadual de Bioeconomia em um processo de desenvolvimento social, econômico e ambiental.

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“A Amazônia brasileira detém próximo de 25 milhões de pessoas. Ao tempo em que estamos diante do maior bioma tropical do planeta, da maior bacia hidrográfica do mundo, temos milhões de pessoas que precisam nela conviver, e a nossa busca é harmonizar esta vivência. É preciso diálogo para conciliar as oportunidades e transformar a vocação de uma iniciativa meramente extrativa, que envolve o processo de destruição ambiental, para um conceito sustentável, de preservação”, ressaltou o governador Helder Barbalho.

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Investimento

Durante a COP26, o Governo do Pará anunciou o lançamento de um programa com recursos de R$ 472 milhões para a bioeconomia, com R$ 400 milhões voltados ao financiamento de pequenos produtores rurais, agroindústrias e comunidades tradicionais e R$ 72 milhões na criação do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, com investimentos para pesquisas e estímulos a novas ações.

Entre os projetos apresentados, Helder Barbalho apresentou o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), com os quatro pilares de sustentação, sendo: Força Estadual de Combate ao Desmatamento, Territórios Sustentáveis – Programa de eficiência para as cadeias produtivas, Programa Regulariza Pará para regularização fundiária e ambiental, além do financiamento climático.

Além desses projetos, o BanparáBio também foi apresentado durante o evento como uma forma de captar recursos financeiros para pequenos e médios produtores rurais, que já tem um trabalho voltado para a bioeconomia.

Resultados positivos

Segundo o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, participar de um debate sobre financiamento de Estados e regiões latino-americanas para Zero Líquido foi essencial. “Nós precisamos transformar a utilização dos recursos naturais em riquezas, e tornar mais eficiente a utilização dos mesmos. De tal modo, nos últimos anos criamos a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas e implementamos o Plano Estadual Amazônia Agora, que inclui um eixo de estratégia de desenvolvimento, de diminuição de gases de efeito estufa, mas também de restauração florestal”, reforçou.

Bioeconomia na Amazônia

O poder da bioeconomia pode transformar recursos naturais em negócios rentáveis, além de se um modelo econômico que preservam a biodiversidade. Somente no Brasil, o setor já movimenta cerca de US$ 326 bilhões, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já na Amazônia, o setor movimenta um grande poder de desenvolvimento. Com a floresta em pé já são R$ 7 milhões ao ano.

Ainda segundo a Sedecti, a bioeconomia pode movimentar cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de 15 a 20 anos. Em 2020, o PIB do Amazonas alcançou R$ 105 bilhões. Se a bioeconomia no Estado representasse 10% do PIB do ano passado, o setor movimentaria em torno de R$ 10,5 bilhões. E isso seria somente em um dos nove Estados da Amazônia.

(Renan Máximo/ Cenarium)
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