COP30: castanha-sapucaia é confundida com bomba e PF aciona protocolo

MANAUS (AM) – O decorador Rosivan Tavares, contratado para atuar durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), passou por um incidente ao tentar acessar a área restrita da Zona Azul do evento, no Parque da Cidade, na sexta-feira, 7. Agentes da Polícia Federal (PF) e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) impediram a entrada dele após suspeitarem que um item que ele carregava poderia ser um artefato explosivo.

O objeto que o trabalhador carregava era um ouriço de castanha-sapucaia, fruto típico da Amazônia, conhecido pela casca rígida e formato arredondado. O local foi isolado e o fruto passou por inspeção com o auxílio de equipamentos especializados. Rosivan registrou e compartilhou o episódio em suas redes sociais.

Nas imagens publicadas, o decorador detalha desde a abordagem até a liberação do “suposto artefato”. Ele explicou que a castanha fazia parte da decoração temática amazônica do restaurante Casa do Saulo, para o qual foi contratado durante a conferência.

Durante a revista, os agentes orientaram que as pessoas se afastassem da área. Rosivan descreveu o momento em vídeo. “Os homens mandaram todo mundo sair do lugar pois minha castanha podia ser uma bomba. Nunca vou me esquecer desse dia. Agora estamos aqui com a Polícia Federal para revistar a castanha-sapucaia. Estão fazendo uma varredura para a perícia. Não vai ficar ninguém aqui porque a castanha-sapucaia vai ser periciada agora“, disse.

Após a inspeção, o decorador foi liberado com o fruto e escoltado por um agente do GSI até a mesa gastronômica. “Consegui ser liberado”, comemorou o decorador.

Castanha-sapucaia

A castanha-sapucaia é o fruto da árvore sapucaia, espécie nativa da Amazônia e de outras regiões tropicais do Brasil. A árvore pode atingir até 40 metros de altura e produz frutos lenhosos que lembram vasos de madeira com tampa natural.

No interior dos frutos estão as sementes comestíveis, também chamadas de castanhas-sapucaia. Elas contêm óleos vegetais, proteínas e minerais, com sabor semelhante ao da castanha-do-pará. Na culinária regional, podem ser consumidas cruas, torradas ou incorporadas a preparos doces e salgados.

Os frutos da sapucaia também têm relevância cultural e ecológica. São utilizados em artesanato e decoração, e suas sementes servem de alimento para animais como araras e cutias, auxiliando na dispersão da planta. A castanha-sapucaia é considerada um símbolo da biodiversidade amazônica, representando a riqueza natural e a conexão entre a floresta e as comunidades locais.