COP30: Governo Lula anuncia declaração de dez novas terras indígenas até 2030


Por: Fred Santana

17 de novembro de 2025
COP30: Governo Lula anuncia declaração de dez novas terras indígenas até 2030
Anúncio ocorreu nesta segunda-feira, 17, em Belém, onde está sendo realizada a COP30 (Joédson Alves/Agência Brasil)

BELÉM (PA) – O governo federal anunciou, nesta segunda-feira, 17, a declaração de dez novas terras indígenas durante evento paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém (PA), e assumiu o compromisso de regularizar e proteger 63 milhões de hectares destinados a povos indígenas e quilombolas até 2030. O anúncio envolveu representantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), instituições parceiras e lideranças de diversas regiões do País.

A assinatura das Portarias Declaratórias estabelece o reconhecimento formal de territórios ligados aos povos Mura, Tupinambá, Pataxó, Guarani, Munduruku e Pankará, abrangendo áreas distribuídas pelos Estados do Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná e São Paulo. Segundo o governo, a medida fortalece a política de regularização fundiária em regiões diretamente afetadas por pressões ambientais e conflitos territoriais. Veja quais são as TIs:

  • Vista Alegre (AM – Mura)
  • Tupinambá de Olivença (BA – Tupinambá)
  • Comexatiba (BA – Pataxó)
  • Ypoi Triunfo (MS – Guarani)
  • Sawre Ba’pim (PA – Munduruku)
  • Pankará da Serra do Arapuá (PE – Pankara)
  • Sambaqui (PR – Guarani)
  • Ka’aguy Hovy (SP – Guarani)
  • Pakurity (SP – Guarani)
  • Ka’aguy Mirim (SP – Guarani)

O lançamento das portarias foi acompanhado por declarações que destacaram o papel essencial das comunidades na preservação das florestas. “Os Povos Indígenas, afrodescendentes e as comunidades tradicionais não são apenas guardiões das florestas, são a chave para a solução climática global”, afirmou a ministra Sonia Guajajara ao apresentar o pacote de medidas. A meta brasileira prevê ações de desintrusão, fiscalização e implementação de planos de gestão territorial, ampliando a estrutura de proteção dessas áreas.

 Acampamento Terra Livre reuniu milhares de indígenas de centenas de etnias em 2023 (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Financiamento internacional e metas globais

O governo também detalhou a renovação do Pledge 2.0, que prevê US$ 1,8 bilhão entre 2026 e 2030 para apoiar programas de governança territorial, segurança jurídica e fortalecimento dos direitos fundiários. Países e iniciativas filantrópicas envolvidas afirmaram que os recursos serão repassados com maior flexibilidade e de forma alinhada ao direito ao Consentimento Livre, Prévio e Informado.

Além da iniciativa brasileira, o encontro reuniu países que integram o Compromisso Intergovernamental sobre Posse da Terra, que busca alcançar 160 milhões de hectares regularizados e protegidos até o fim da década. A participação do Brasil inclui também a garantia de 4 milhões de hectares para comunidades quilombolas, dentro da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental Quilombola.

Durante o anúncio, Guajajara reforçou a importância de consolidar o avanço territorial como política de Estado. “Que sejamos lembrados como a geração que honrou esta sabedoria milenar e agiu para saldar essa dívida”, declarou ao final da apresentação, reafirmando o compromisso de ampliar a segurança territorial e reconhecer direitos ancestrais.

Leia mais: Marcha Global pelo Clima na COP30 reúne 70 mil pessoas com diversidade de povos
Editado por Jadson Lima

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.