COP30: Juventude amazônica cobra justiça climática na abertura da Cúpula dos Líderes


06 de novembro de 2025
COP30: Juventude amazônica cobra justiça climática na abertura da Cúpula dos Líderes
A ação reuniu indígenas, quilombolas, ribeirinhos, populações urbanas amazônidas e representantes de religiões de matrizes africanas (Fabyo Cruz/Cenarium)

BELÉM (PA) – Jovens do Coletivo Jovem Tapajônico, da Aliança dos Povos pelo Clima, realizaram, na manhã desta quinta-feira, 6, quando se inicia a Cúpula dos Líderes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), o Ritual Gira, que convida o mundo a conhecer como a Amazônia dá início aos seus encontros: com corpo presente, escuta e responsabilidade com o território.

A ação reuniu indígenas, quilombolas, ribeirinhos, populações urbanas amazônidas e representantes de religiões de matrizes africanas e outras, reforçando a pluralidade da região e o papel central dos povos que vivem e protegem a floresta.

A ação simboliza o compromisso das juventudes amazônicas com um processo climático justo e diretamente conduzido por quem cuida da floresta todos os dias. Em Belém, o Ritual Gira abre a presença pública da Aliança dos Povos pelo Clima nas mobilizações da sociedade civil durante a COP30, conectando espiritualidade, arte e política em uma ação de resistência e protagonismo amazônico, porém aberta a quem quiser fazer parte do aprendizado coletivo.

A Gente COBRA

Após cinco dias de mobilização em Santarém, caravanas da Amazônia e da América Latina chegaram em Belém (PA) no sábado, 1, a bordo do “KAMALUHAI, o Barco Cobra”. A embarcação partiu de Santarém, também no Pará, no dia 30 de outubro, levando 200 representantes de comunidades e movimentos vindos das Amazônias do Brasil, Equador, Colômbia, além do México. A travessia encerrou o Encontro Global das Caravanas, realizado entre 26 e 30 de outubro, e marcou o início das ações na COP30.

A travessia e o encontro em Santarém integram a campanha “A Gente COBRA – Financiamento Climático Direto para Quem Cuida da Floresta”, que propõe um novo paradigma para o financiamento climático: recursos diretos, desburocratizados e baseados na confiança com povos indígenas, comunidades tradicionais e populações que garantem a preservação dos biomas.

Entre as principais reivindicações estão a destinação de 50% dos recursos dos fundos climáticos diretamente a povos e comunidades tradicionais, a participação deliberativa nos conselhos de fundos como o Tropical Forests Forever Facility (TFFF) e o Fundo de Perdas e Danos (FRLD), o fortalecimento de fundos comunitários autônomos e a taxação global das grandes fortunas e lucros excessivos para financiar a ação climática.

Nas redes sociais, a campanha destaca histórias e demandas dos povos e comunidades que cuidam da floresta, conectando diferentes territórios e reforçando a mensagem: é hora de reconhecer e financiar diretamente quem cuida da floresta e dos biomas para garantir o equilíbrio do clima.

Sobre a Aliança

A Aliança dos Povos pelo Clima é uma articulação que reúne lideranças indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhas, beiradeiras e juventudes urbanas em torno de um novo pacto coletivo pela justiça climática. Herdeira da histórica Aliança dos Povos da Floresta, criada nos anos 1980 por Chico Mendes, Raoni Metuktire, Ailton Krenak e outras lideranças, a nova Aliança amplia esse legado diante da emergência climática global, propondo caminhos para um futuro sustentável e plural. Saiba mais em: www.povospeloclima.org e @aliancadospovospeloclima

(*) Com informações da assessoria

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