Copom sobe Selic aos 4,25% ao ano e indica nova alta de, no mínimo, 0,75 pontos

Esta foi a maior alta para o mês desde 1996 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Com informações da Folha de S. Paulo

Para tentar conter a crescente escalada dos preços, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 pontos percentual, a 4,25% ao ano, nesta quarta-feira, 16. A alta havia sido sinalizada pela autoridade monetária na reunião anterior, em maio.

A decisão veio em linha com as expectativas do mercado. Em levantamento feito pela Bloomberg, todos os economistas consultados projetavam a elevação. Em maio, a inflação acelerou em 0,83%, pressionada principalmente pelo encarecimento da energia elétrica. Esta foi a maior alta para o mês desde 1996.

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O indicador ficou acima das previsões do mercado de 0,71% e por isso foi considerada uma surpresa inflacionária. No acumulado dos 12 meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ​alcançou 8,06%, bem acima do teto da meta (5,25%).​

O controle da inflação é a principal atribuição da autoridade monetária. Para isso, o BC define a meta da taxa básica de juros. Quando a inflação está alta, o Copom sobe os juros com o objetivo de reduzir o estímulo na atividade econômica, o que diminui o consumo e equilibra os preços. Caso contrário, o BC pode reduzir juros para estimular a economia.

Economistas já consideram o estouro do teto da meta no fim de 2021. Segundo o relatório Focus desta semana, no qual o BC divulga as projeções do mercado, mesmo após a alta nos juros, os economistas continuaram elevando as expectativas de inflação para 2021, que estão em 5,82%, 0,57 ponto percentual acima do máximo permitido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A meta fixada é de 3,75%, com tolerância 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Há um mês, a estimativa do mercado era de 5,15% para este ano.

Quando a inflação não fica dentro do intervalo determinado pelo CMN para o ano, o presidente do BC precisa escrever uma carta aberta ao presidente do conselho, que é o ministro da Economia, Paulo Guedes, para explicar os motivos. O mercado também elevou as expectativas para 2022, ano para o qual o BC considera que a política monetária atual faça mais efeito. Segundo o Focus, os economistas esperam alta de 3,78% nos preços no ano. Há quatro semanas, eles apostavam em 3,70%. ​

Em agosto do ano passado a Selic alcançou o menor nível da história, de 2% ao ano, como resposta à crise gerada pela pandemia de Covid-19. A taxa permaneceu no patamar até janeiro deste ano, quando o BC iniciou o ciclo de alta.

De acordo com a pesquisa, a taxa básica deve terminar o ano em 6,25% até o fim de 2021 e se elevar a 6,50% em 2022.

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