Coronel investigado recebe chefia do Comando da PM-RR no interior
Por: Ian Vitor Freitas
07 de janeiro de 2025
BOA VISTA (RR) – O coronel Francisco Lisboa Júnior assumiu nessa segunda-feira, 6, o Comando de Policiamento do Interior (CPI) de Roraima. A nomeação no cargo ocorre depois de alguns dias da prisão resultante da ‘Operação Martellus’, desarticulada em 18 de dezembro de 2024.
A prisão e exoneração do subcomandante ocorreu cerca de um mês depois do anúncio da nomeação para o cargo do alto escalão da Polícia Militar de Roraima (PM-RR). Ele é investigado por associação criminosa constituída durante o período eleitoral de 2024, voltada à prática de compra de votos e outros crimes eleitorais, junto com o vereador Genilson Costa (Republicanos).
Em vídeo divulgado nas redes sociais da companhia, Lisboa agradece a nomeação ao governador de Roraima, Antonio Denarium e o Comandante-Geral da PM-RR, Miramilton Goiano de Souza, investigado por suspeita de envolvimento no comércio ilegal de armas de fogo e munições no Estado, em novembro do ano passado.
“Quero agradecer ao nosso governador do estado e ao nosso comandante-geral pela responsabilidade grande de comandar esses 14 municípios do estado de Roraima”, disse em vídeo divulgado nas redes sociais.
Coronel Lisboa assumiu o cargo de segunda maior importância da corporação, ficando atrás apenas do comandante-geral Miramilton. O posto foi concedido após o governador, exonerar a primeira mulher subcomandante da PM-RR, coronel Valdeane Alves, que estava na posição há quase dois anos.
Operação PF
A PF iniciou as investigações em outubro de 2024, quando prendeu dez pessoas pelo crime de corrupção eleitoral. Um dos suspeitos era o vereador Genilson Costa, que disputava a reeleição em Boa Vista.
Em troca de votos, os eleitores estavam recebendo valores que variavam entre R$ 100 e R$ 150. Genilson foi reeleito com 3.744 votos.
Os agentes realizaram ainda no mesmo mês a prisão em flagrante do vereador pela prática dos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e por posse de ouro em sua forma bruta em sua residência. O candidato foi liberado em decorrência de decisão proferida em sede de habeas corpus.
Segundo a PF, o vereador contava com o apoio de agentes públicos, incluindo o oficial da PM, coronel Lisboa, que informava para Genilson sobre as denúncias recebidas em relação à compra de votos.
O líder do esquema, possuía um grupo em um aplicativo de mensagens, onde os envolvidos faziam a prestação de contas sobre o esquema. Ao todo, teriam sido movimentado cerca de R$ 1 milhão para a compra de votos.
Por fim, os investigados podem ser indiciados por crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, bem como violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.