Corpos encontrados em barco à deriva são enterrados no Pará
Por: Raisa de Araújo
25 de abril de 2024
Raisa de Araújo – Da Revista Cenarium
BELÉM (PA) – Os corpos encontrados em um barco à deriva em uma ilha em Bragança, no litoral do Pará, foram sepultados nesta quinta-feira, 25, no cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, na capital Belém, em uma cerimônia laica que contou com a presença de agentes envolvidos nas investigações e perícias conduzidas no Estado, como a Marinha, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Científica do Pará e a Polícia Federal.

Os corpos foram enterrados por meio de um processo de inumação. Esse procedimento possibilita que, caso identificados, os familiares possam solicitar a exumação para sepultamento em outro lugar, e possam ter as celebrações de acordo com o País de origem de cada vítima.
Até o momento, nenhum dos corpos foi identificado. A Polícia Federal (PF) está em contato contínuo com a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal, na tradução em português) e outras entidades internacionais enquanto as análises forenses são realizadas no Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília (DF).

Relembre o caso
No dia 13 de abril, uma embarcação com 8 corpos em decomposição foi encontrada à deriva no Rio Caeté, em Bragança, município a 214 quilômetros de distância de Belém, no Pará. Durante o resgate da embarcação, mais um corpo foi encontrado no mangue, sem um dos olhos.
Documentos encontrados junto aos corpos indicam que as vítimas eram migrantes africanos, principalmente dos países Mauritânia e Mali, podendo incluir outras nacionalidades, de acordo com a Polícia Federal (PF) do Pará.
Além dos documentos, foram encontrados 27 celulares junto aos corpos em decomposição. Os aparelhos estão passando por limpeza no Instituto Nacional de Criminalística em Brasília, para depois irem para perícia.
A Polícia Federal suspeita que 25 pessoas morreram na embarcação. Isso porque 25 capas de chuva foram encontradas no barco durante a perícia, sendo 23 idênticas verdes e duas amarelas. A suspeita é que todos morreram de fome ou de sede.
Para possibilitar a recuperação dos dados, os aparelhos serão submetidos a uma limpeza e preparo no setor de Medicina e Odontologia Legal da PF, antes de passarem pelo processo de perícia e extração de informações, o que possibilitará chegar mais perto de pistas sobre a origem dos corpos.