Correspondente da CENARIUM na Europa acompanha a guerra na Ucrânia e os reflexos na política global

Ana Reczek reside na Polônia, é produtora de conteúdo e mestre em Ciências Políticas (Divulgação)

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS — A partir desta terça-feira, 1º, a REVISTA CENARIUM terá informações exclusivas enviadas pela produtora de conteúdo e mestre em ciências políticas Ana Reczek, que acompanha diretamente da Polônia toda a movimentação, o clima de tensão no leste europeu desencadeado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e os entraves políticos em torno do embate.

Aos 39 anos, além de possuir um canal no YouTube, onde mostra as peculiaridades do país situado na Europa Central, Ana também atua no marketing digital e afirma que embora entenda todo o contexto que levam os países darem início a uma guerra, viver próximo ao cenário de embate é assustador e, ao mesmo tempo, um desafio. Ela se preocupa em não deixar a emoção se sobrepor e atrapalhar na qualidade das informações repassadas nos vídeos produzidos por ela.

PUBLICIDADE

“Eu acesso sites de notícias em pelo menos quatro idiomas – português, inglês, polonês e ucraniano- durante 24 horas por dia para ver o que está acontecendo e se tem alguma movimentação em direção à Polônia. Acordo durante a noite e acesso todos os sites, então eu sei o que está acontecendo, entendo o contexto dessa guerra, mas eu nunca estive em uma situação parecida. Por isso, eu tenho que tomar cuidado para não deixar a emoção influenciar a maneira como eu passo as informações adiante. Eu levo essa responsabilidade muito a sério e manter a mente equilibrada nesse clima de guerra é um grande desafio”, destaca Ana.

Preocupação

Conforme Ana, a principal preocupação dos poloneses neste momento é em ajudar os refugiados ucranianos. De acordo com a criadora de conteúdo, a ideia de abandonar a região é última opção para quem reside por lá. Vale ressaltar que a Polônia é um dos países que faz fronteira com a Ucrânia se estendendo por 206 km.

“Ajudar o próximo é a maneira de não pensar no que está acontecendo, porque não tem muita coisa que eles possam fazer. Eles têm uma vida toda aqui e simplesmente sair e abandonar tudo é a última opção. Então quando eu pergunto para poloneses o que eles acham que vai acontecer, eles falam que vai ficar tudo bem, mas ao mesmo tempo algumas coisas estão em falta para comprar porque as pessoas estão estocando para o caso da Polônia ser atacada”, detalha.

Canal “O Mundo para Iniciantes” (Reprodução/ YouTube)

Raízes

Nascida no Brasil na cidade de Criciúma, Santa Catarina, Ana Maria Reczek Smaniotto é de família polonesa. Os avós foram para o Brasil como refugiados da Segunda Guerra. A brasileira resolveu morar no país europeu em 2017 para se reconectar com as origens, hoje a moradora da cidade de Wroclaw é apaixonada pelo lugar onde vive e lamenta a atual situação.

“Essa guerra é extremamente dolorosa para mim por vários motivos. Por ver os inocentes sofrendo na Ucrânia, por ver o povo russo protestando contra uma guerra que eles não queriam fazer, mas vão sofrer as consequências, por ver a minha amada Polônia em risco de ser atacada e por ver a vida que eu construí aqui se desfazendo diante dos meus olhos a cada nova ameaça do Putin contra o mundo”, complementa Ana.

“Todos os dias recebo mensagens de pessoas pedindo para eu voltar para o Brasil logo, querendo saber as notícias e o que vai acontecer. É uma honra poder passar informações e ser útil de alguma maneira nesse momento sombrio, mesmo que às vezes eu sinta intensamente o peso da responsabilidade vou fazer o melhor que puder nessa temporada com a CENARIUM“, comemorou.

Refugiados

De acordo com declarações feitas no último sábado, 26, pelo vice-ministro polonês do Interior, Pawel Szefernaker, à imprensa, em média 100 mil ucranianos ultrapassaram a fronteira para a Polônia desde o primeiro dia dos ataques da Rússia à Ucrânia, no dia 24 de fevereiro.

“Desde o lançamento das operações de guerra na Ucrânia e até hoje ao longo da fronteira com a Ucrânia, 100 mil pessoas cruzaram da Ucrânia para a Polônia”, declarou o vice-ministro à imprensa no posto fronteiriço de Medyka, no sudeste da Polônia.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), estima-se que o número já chegue a 200 mil pessoas da Ucrânia que já entraram na Polônia desde o início do embate. Aqueles que não tem onde ficar, seja em casa de parentes ou amigos, são recebidos em centros de acolhimentos e passam por assistências.

Vale lembrar que, antes mesmo dos ataques russos, a Polônia já alcançava mais de um milhão de ucranianos em seu território.

Veja vídeo:

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.