Covid-19: Brasil alcança 1 mil mortes indígenas e AM lidera ranking, diz Apib

O Amazonas lidera o índice de óbitos e casos confirmados da doença.(Reprodução/ internet)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Brasil superou a trágica marca de mil indígenas mortos pela Covid-19. De acordo com os dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), atualizados até este sábado, 13, já são 1.005 mortes e 50.545 infectados em 163 povos. E o Amazonas lidera o índice de óbitos e casos confirmados da doença.

Conforme a Apib, 240 indígenas foram vítimas do novo coronavírus no Estado, sendo 53 somente em Manaus e 10 em São Gabriel da Cachoeira. Além disso, o Amazonas completou um ano do primeiro caso da Covid-19 e atualmente contabiliza 330.010 casos e 11.482 mortes entre não indígenas, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM).

PUBLICIDADE

A Apib alerta a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) sobre vetores de expansão da doença nos territórios indígenas, que alcançou a região com maior número de povos isolados do mundo: o Vale do Javari. Para a organização, a falta de transparência impede a identificação dos óbitos.

Veja também: Em vídeo comovente, indígenas de Manaus choram e cobram governo federal contra Covid-19

Divergências

A Sesai e a Apib divergem ainda por conta do critério utilizado pelo governo federal, que considera apenas os infectados que vivem em aldeias ou terras demarcadas, enquanto que as entidades indígenas levam em conta a infecção de indígenas nas áreas urbanas ou em terras não demarcadas.

Lideranças indígenas apontam que o número de casos e mortes poderiam ter sido evitados, se o governo federal não tivesse adotado uma política oposicionista e seguisse as medidas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para conter o contágio e os óbitos por Covid-19 entre os povos tradicionais.

Veja também: Kokama: povo indígena clama pela sobrevivência contra Covid-19 na Amazônia

Povos afetados

Os Xavante e os Kokama são os povos indígenas mais afetados pelo novo coronavírus com 68 e 59 mortes respectivamente. O povo Terena, de Mato Grosso do Sul, aparece em terceiro com 58 óbitos, mas os números mais surpreendentes são referentes aos indígenas sem identificação: 364 no total.

A vice-presidente da Federação Indígena do Povo Kokama, a indígena Milena Kokama, relatou que as aldeias estão cada vez mais vulneráveis à doença. Os Kokama têm demonstrado um empenho em manter o isolamento social e praticar autoproteção. No entanto, enfrentam a falta de assistência e o descaso de políticas públicas de enfrentamento à pandemia.

Veja os números da Apib aqui.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.