Covid-19: cinco fake news sobre a pandemia que não se sustentaram na internet


08 de janeiro de 2021
Teorias sem amparo na ciência fizeram das redes sociais palco de debates sobre absurdos relacionados ao novo Coronavírus (Reprodução/Samuelknf)
Teorias sem amparo na ciência fizeram das redes sociais palco de debates sobre absurdos relacionados ao novo Coronavírus (Reprodução/Samuelknf)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após quase um ano de pandemia, com 200 mil mortos e finalmente um plano de vacinação posto à mesa, o Brasil descobre aos poucos que muitas das teorias negacionistas ou minimizadoras dos efeitos nocivos do vírus Sars-CoV-2, algumas delas propagadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido), não se sustentaram à luz da ciência e da razão exata e inevitável do tempo. 

A reportagem da REVISTA CENARIUM perguntou ao infectologista Nelson Barbosa sobre teorias que ajudaram a criar ‘universos paralelos’ no mundo virtual e incentivaram debates calorosos nas redes sociais, pautados por repentinos ‘doutores’ do Facebook e Twitter. Entre as mais populares teorias estão a de que o vírus era uma ‘gripezinha’ ou a de que ‘ele morre no calor’ ou a conspiratória ideia de que ele é ‘criação de laboratório’.

De acordo com Nelson Barbosa, a teoria de que o novo Coronavírus era uma gripezinha inofensiva e que seria facilmente debelável para quem tivesse um ‘histórico de atleta’, não tem amparo da realidade. “Nunca foi! Talvez para algumas pessoas que não estão dentro dos 5% que evoluem para forma gravíssima”, refutou o infectologista.

Verão era a solução, era…

Outra defesa largamente sustentada nas redes, era de que o vírus não suportaria o calor tropical. Para muitos habitantes da região Norte do Brasil, onde o calor é forte no verão amazônico, a solução estava literalmente à luz do dia. O verão veio e a doença não cessou. “Os casos demonstram o contrário, posto que nosso Estado, um dos mais quentes está enfrentando a segunda onda que está bem pior que a primeira”, apontou

Na linha de tentar hierarquizar, por faixa etária, o perigo da doença, surgiu a ideia de que somente um grupo social estaria mais exposto. Foi então a vez dos mais velhos entrarem na berlinda. A experiência desmontou a teoria. “Os dados mostram que basta ter qualquer comorbidade: hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, insuficiência renal e etc… Não importa se jovem ou idoso”, constatou.

Para completar o corolário de insanidades, surgiu o paranoico argumento de que o vírus foi criado em laboratório. “A comunidade científica mundial já demonstrou que não”, enfatizou o cientista. E por último e não menos folclórica, veio a insistência de dar à cloroquina, protagonismo na cura. “Tanto a cloroquina quanto a azitromicina e outros só têm efetividade se iniciados precocemente”, finalizou Nelson Barbosa.

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