Covid-19: cinco fake news sobre a pandemia que não se sustentaram na internet

Teorias sem amparo na ciência fizeram das redes sociais palco de debates sobre absurdos relacionados ao novo Coronavírus (Reprodução/Samuelknf)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após quase um ano de pandemia, com 200 mil mortos e finalmente um plano de vacinação posto à mesa, o Brasil descobre aos poucos que muitas das teorias negacionistas ou minimizadoras dos efeitos nocivos do vírus Sars-CoV-2, algumas delas propagadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido), não se sustentaram à luz da ciência e da razão exata e inevitável do tempo. 

A reportagem da REVISTA CENARIUM perguntou ao infectologista Nelson Barbosa sobre teorias que ajudaram a criar ‘universos paralelos’ no mundo virtual e incentivaram debates calorosos nas redes sociais, pautados por repentinos ‘doutores’ do Facebook e Twitter. Entre as mais populares teorias estão a de que o vírus era uma ‘gripezinha’ ou a de que ‘ele morre no calor’ ou a conspiratória ideia de que ele é ‘criação de laboratório’.

PUBLICIDADE

De acordo com Nelson Barbosa, a teoria de que o novo Coronavírus era uma gripezinha inofensiva e que seria facilmente debelável para quem tivesse um ‘histórico de atleta’, não tem amparo da realidade. “Nunca foi! Talvez para algumas pessoas que não estão dentro dos 5% que evoluem para forma gravíssima”, refutou o infectologista.

Verão era a solução, era…

Outra defesa largamente sustentada nas redes, era de que o vírus não suportaria o calor tropical. Para muitos habitantes da região Norte do Brasil, onde o calor é forte no verão amazônico, a solução estava literalmente à luz do dia. O verão veio e a doença não cessou. “Os casos demonstram o contrário, posto que nosso Estado, um dos mais quentes está enfrentando a segunda onda que está bem pior que a primeira”, apontou

Na linha de tentar hierarquizar, por faixa etária, o perigo da doença, surgiu a ideia de que somente um grupo social estaria mais exposto. Foi então a vez dos mais velhos entrarem na berlinda. A experiência desmontou a teoria. “Os dados mostram que basta ter qualquer comorbidade: hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, insuficiência renal e etc… Não importa se jovem ou idoso”, constatou.

Para completar o corolário de insanidades, surgiu o paranoico argumento de que o vírus foi criado em laboratório. “A comunidade científica mundial já demonstrou que não”, enfatizou o cientista. E por último e não menos folclórica, veio a insistência de dar à cloroquina, protagonismo na cura. “Tanto a cloroquina quanto a azitromicina e outros só têm efetividade se iniciados precocemente”, finalizou Nelson Barbosa.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.