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Covid-19: manifesto denuncia violação de direitos humanos em hospital de Parintins, no AM
A medida ocorre após pacientes serem amarrados pelos braços em macas no hospital da cidade (Reprodução/Divulgação)
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24 de fevereiro de 2021
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Uma comissão de Direitos Humanos junto a instituições da sociedade cívil e religiosas denunciaram nesta quarta-feira, 24, possíveis violações de direitos humanos no tratamento de pacientes com Covid-19 no hospital Jofre Cohen em Parintins, no Amazonas. A medida ocorre após relatos de mortes por conta da falta de oxigênio e a demora do traslado de pessoas para a capital e outros Estados, além da circulação de imagens ilustrando pacientes amarrados pelos braços em macas na unidade hospitalar.
De acordo com um dos representantes da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e integrante da Comissão Pastoral da Terra, o professor Manuel do Carmo da Silva Campos, também, a situação da Covid-19 na cidade é complexa e é preciso que os órgãos públicos, do Estado, do Ministério da Saúde e da Prefeitura de Parintins, tomem as devidas providências o mais rápido possível para que o número de casos, de internações e de mortes pela doença sejam amenizados mediante o quadro atípico que vem ocorrendo no município.
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“A situação é bastante séria, é complicada. Solicitamos que as autoridades, junto ao Ministério da Saúde tomem as medidas cabíveis, pois vêm ocorrendo contínuas omissões no trato ao encaminhamento de soluções emergenciais, como pode-se observar com as mortes de pessoas em decorrência da Covid-19 em Parintins”, disse o professor, em entrevista à REVISTA CENARIUM.
Não transferência
Manuel do Carmo também cita a não transferência de pacientes acometidos com a Covid-19 e que se encontram em estado de saúde grave no hospital. O caso é relatado no manifesto das instituições, que apontam para negligências nos traslados dessas pessoas para outros Estados.
“Estão chegando muitos casos de omissão sobre a Covid-19. Nas próximas semanas, vamos ter uma enxurrada de pedidos para investigações, iguais aos do movimento do Rio Abacaxis. Iremos levantar uma investigação sobre os problemas da expansão da Covid-19, das medidas do governo quanto ao tratamento precoce da pandemia, da propagação dela em comunidades, para denunciar os fatos à Justiça brasileira e ao mundo”, finalizou Manuel.
Manifesto Direito à Saúde e à Vida
O manifesto “Direito à Saúde e à Vida” dirigido a órgãos públicos, assinado pela comissão e outras 40 entidades da sociedade civil de Parintins, do Amazonas e do País, menciona 12 acontecimentos na cidade em relação à Covid-19 e conclama por investigações consistentes quanto à omissão de órgãos públicos sobre a situação da pandemia no município.
O documento relata ainda o desacato da remoção de pacientes acometidos com o vírus para serem tratados em hospitais com melhores condições de atendimento. A manifestação afirma que Parintins foi transformada em um modelo nacional de descaso com a saúde da população e cita a falta de oxigênio, a rede de distribuição improvisada do insumo, o afastamento de trabalhadores da saúde, falta de medicamentos, entre outros casos.
O caso dos pacientes amarrados em macas no hospital de Parintins repercutiu nacionalmente e foi tema de reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo. Denúncias encaminhadas à Defensoria Pública apontavam que eles foram contidos por conta da falta de sedativos, mas a prefeitura negou.
Nessa terça-feira, 23, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu uma investigação para apurar a conduta de autoridades em relação a pacientes com Covid-19 internados na cidade. A Defensoria Pública também apura o caso e informou que irá oficiar o Executivo Municipal e pedir esclarecimentos sobre os fatos.
Em nota pública, a Secretaria de Saúde de Parintins informou que a “contenção dos mesmos é necessária para mantê-los em segurança, ao iniciar a diminuição dos sedativos, como no processo de extubação, evitando acidentes com os mesmos em uma movimentação brusca ou qualquer agitação que possa ocorrer após um longo período intubado”.
Ainda segundo a pasta, há um número crescente de pacientes em estado grave, com necessidade de remoção a Manaus para tratamento de alta complexidade e que aguarda a transferência realizada pelo governo do Estado do Amazonas.
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