Covid-19: pesquisa aponta que 66% dos manauaras já foram expostos ao vírus

América do Norte e América Latina são consideradas regiões menos preparadas para enfrentar a pandemia, em parte por conta do mau comportamento adotado pelos presidentes Trump e Jair Bolsonaro (Reprodução/ Internet)

Da Revista Cenarium*

MANAUS — Um estudo liderado pelo Instituto de Medicina Tropical da USP, com colaboração da Universidade de Oxford, que aplicou testes de anticorpos em amostras de sangue de doadores de Manaus constatou que entre 44% e 66% da população na capital do Amazonas já foi exposta à Covid-19.

Com grande contingente de pessoas sob proteção pós-infecção, a cidade já teria atingido status de “imunidade de rebanho”, no qual o vírus encontra dificuldade para se propagar.

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Para chegar ao número, os pesquisadores testaram o sangue de 6.316 doadores entre fevereiro e agosto, de amostras cedidas pela Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas. Depois, calcularam a porcentagem de testes que resultaram positivos, aplicando dois tipos de correções para compensar limitações dos testes.

Em primeiro lugar, conduziram diagnósticos em separado para avaliar a sensibilidade da marca de exame sorológico usado, o fator que revela quantidade de resultados falsos negativos. Em segundo, conduziram testes seriados em um grupo menor de voluntários infectados, para averiguar qual parcela deles deixava de testar positivo. O fenômeno ocorre porque a concentração de anticorpos diminui com o tempo.

O número bruto de resultados positivos na cidade foi de 24%, mas, após as correções estatísticas para compensar a limitação dos testes, os cientistas constataram que o número de pessoas já infectadas deveria ser quase o triplo.

Como as amostras de sangue eram todas datadas, os pesquisadores conseguiram reconstruir o avanço da Covid-19 na cidade, que aumentou abruptamente entre março e abril, mês que viu o pico da mortalidade, mas começou a declinar, e teve aumento apenas residual no último mês.

“Apesar de intervenções não farmacêuticas e da mudança no comportamento da população possivelmente terem ajudado a limitar a transmissão em Manaus, a taxa de infecção em nível excepcionalmente alto sugere que a imunidade de rebanho teve papel importante para determinar o tamanho da epidemia”, escrevem os pesquisadores no portal MerRxiv.

(*) Com informação do Jornal Extra

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