Via Brasília – Da Revista Cenarium
Mirou no que viu, acertou no que não viu
A CPI da Pandemia acertou o passo numa direção que antes não era tão clara. O depoimento do ex-servidor Roberto Dias e sua prisão, além de declarações que levaram militares para o centro das suspeições, deixam o governo numa enrascada. Afinal, a turma da farda é um importante sustentáculo de apoio ao governo. E a tensão em Brasília deve crescer ainda mais diante das suspeitas de que Dias teria um dossiê implicando o governo nas tenebrosas transações das vacinas. Ainda se está por descobrir quem seriam os outros dois parlamentares citados por Jair Bolsonaro na conversa com os irmãos Miranda. À medida que a CPI avança, expõe os estragos no governo e o fracasso da estratégia de ataques, negativas e silêncio ante as denúncias na Saúde.
Avaliação de Bolsonaro despenca
Todas as pesquisas de opinião divulgadas recentemente evidenciam que a popularidade de Bolsonaro despenca. O PoderData revela que hoje o ex-presidente Lula (PT) teria 43% das intenções de voto, contra 29% de Bolsonaro. Em um mês, o petista cresceu 12 pontos e Bolsonaro caiu 4. Já o Datafolha detectou reprovação recorde do governo Bolsonaro de 51%, com a maioria achando que ele faz um governo para ricos, mesma parcela que o aponta como desonesto, falso, incompetente, autoritário e indeciso. O prestígio de Bolsonaro também está no vermelho segundo o levantamento da XP/Ipesp, que traz 52% de avaliação negativa de Bolsonaro, em todas as regiões e categorias de renda, instrução, sexo, idade e cor – o pior resultado da série.
STF e a CPI
Está nas mãos da ministra do STF, Cármen Lúcia, decidir até quando Bolsonaro seguirá levando de goleada da CPI da Pandemia. Ela foi a relatora sorteada para ação impetrada senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO), que pede a prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 90 dias. Bolsonaro tem acumulado derrotas em série no STF, no entanto, cabe lembrar que a bancada do presidente da República ganha mais um adepto no Supremo no próximo dia 12, com a indicação do atual ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), André Mendonça – antecipada pela Via Brasília, à vaga do ministro Marco Aurélio. Com dois ministros alinhados e terrivelmente evangélicos, a balança pode ficar mais equilibrada na Corte.
Compartilhe:
Comentários