CPI da Pandemia ouve ministro da Saúde pela segunda vez nesta terça-feira, 8

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (Pablo Jacob/Agência O Globo)
Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO — A CPI da Pandemia no Senado retoma os trabalhos nesta terça-feira com um novo depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Após ter as respostas consideradas evasivas por parte dos senadores, ele deverá ser questionado sobre a realização da Copa América no Brasil e sobre a existência de um “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro nas ações de combate à pandemia de Covid-19.

Os planos para uma nova participação de Queiroga chegaram a ser adiantados pelo temor de uma terceira onda de infecções e recorrentes participações de Bolsonaro em atos com aglomeração, mas os novos acontecimentos aumentaram o peso do segundo testemunho do médico cardiologista. Em depoimento à comissão na última semana, a infectologista Luana Araújo, que havia sido convidada por Queiroga para integrar sua equipe e foi barrada pelo governo, apontou que a saída teria sido motivada por pressões do governo no enfrentamento à pandemia, que não teriam sido aceitas por ela.

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“Ele (Queiroga) disse que lamentava, mas que a minha nomeação não passaria pela Casa Civil”, afirmou Luana sobre o anúncio que não continuaria na pasta. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), ainda perguntou se a oposição dela ao tratamento precoce sem eficácia comprovada foi o que impediu sua nomeação.

“Eu acho que essa pergunta deve ser direcionada ao ministro Queiroga. A minha posição pública não é uma opinião. Na medicina a gente tem opinião até o momento em que a gente substitui essa opinião por evidências. Não foi me dada nenhuma justificativa para a minha saída”, disse Luana.

À CPI, Marcelo Queiroga afirmou que possui independência para a tomada de decisões na Saúde e evitou se posicionar sobre medicamentos do “tratamento precoce”, se limitando a dizer que nunca foi pressionado a usá-lo, nem autorizou a distribuição. Já os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Nelson Teich disseram à comissão que deixaram a pasta após pressões do Planalto contra o distanciamento social e a favor do uso da cloroquina e de outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

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