‘Crime bárbaro’, diz líder Sateré-Mawé sobre estupro e morte de criança indígena de cinco anos no interior do AM
24 de novembro de 2020
Menina de cinco anos foi tirada de casa e levada para uma área de mata onde o crime foi registrado e o seu corpo enterrado (Reprodução/ PM)
Luís Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium
MANAUS – O líder indígena Sateré-Mawé Tito Menezes explicou detalhes sobre a morte de uma criança de cinco anos em uma aldeia de Barreirinha (a 330 quilômetros de Manaus). De acordo com a Polícia Militar, a menina dormia no momento em que foi raptada, na manhã dessa segunda-feira, 23, e levada para uma área de mata, onde o crime foi consumado e a criança foi enterrada.
“Quando a criança desapareceu, a comunidade começou a fazer a busca pela redondeza. Encontraram rastros de pegadas na praia, aparentemente, de uma criança e pegadas de um adulto. Em seguida, encontraram uma roupa que seria da menina. Avisaram a barreira sanitária indígena sobre a situação. Temos a informação que o suspeito estaria sob efeito de drogas. Repudiamos esse tipo de crime e isso é um reflexo de questões sociais”, disse Tito à REVISTA CENARIUM.
O crime aconteceu na comunidade Nova Vida, aldeia indígena Sateré-Mawé, localizada nas proximidades do distrito de Ponta Alegre. “Ao encontrarem o suspeito, ele foi levado para a barreira sanitária e preso em seguida. Ele assumiu a autoria do crime e apontou o local onde a criança estaria enterrada”.
Por voltas das 15h da segunda-feira, 23, segundo a PM, o sargento Carneiro Pinto se deslocou até a comunidade na companhia do delegado Enéas, da 42ª Delegacia Interativa de Polícia. Na localidade, a mãe da criança, de 25 anos, contou que se encontrava em casa com as duas filhas quando estranhou a ausência da menina.
De acordo com o médico do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), Rafael Lopes, a menina apresentava lesões nas partes íntimas e hematomas pelo corpo.
Suspeito foi levado à barreira do Dsei e confessou o crime (Reprodução/ PM)
Investigação
Até o momento, segundo a PM, um adolescente apontado como autor do crime foi detido. “A polícia continua investigando para saber se o suspeito teve ajuda de outros comparsas”, finalizou Tito.
A Polícia Civil do Amazonas informou que tenta contato com o titular da 42ª DIP de Barreirinha para acompanhar as diligências do caso.
Etnia
Os Sateré-Mawé habitam a região do médio rio Amazonas, em duas terras indígenas, uma denominada TI Andirá-Marau, localizada na fronteira dos estados do Amazonas e do Pará, que vem a ser o território original deste povo, e um pequeno grupo na TI Coatá-Laranjal da etnia Munduruku.
Os Sateré-Mawé também são encontrados morando nas cidades de Barreirinha, Parintins, Maués, Nova Olinda do Norte e Manaus, todas situadas no estado do Amazonas.
O primeiro nome – Sateré – quer dizer “lagarta de fogo, referência ao clã mais importante dentre os que compõem esta sociedade, aquele que indica tradicionalmente a linha sucessória dos chefes políticos. O segundo nome – Mawé – quer dizer “papagaio inteligente e curioso e não é designação clânica.
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