Crimes ambientais: ‘Alvos faziam incursões com estrutura’, diz delegado de Rondônia


Por: Camila Pinheiro

03 de outubro de 2024
Delegado responsável pelas investigações em Rondônia (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
Delegado responsável pelas investigações em Rondônia (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

PORTO VELHO (RO) – A Polícia Civil de Rondônia (PC/RO), realizou o cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão no âmbito da operação ‘Escudo de Cinzas’. A ação policial foi realizada por agentes da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO-II) desde as primeiras horas desta sexta-feira, 3, nas cidades de Cacoal, Espigão do Oeste, São Francisco do Guaporé e Costa Marques e miraram investigados por crimes ambientais no Estado.

Além dos cumprimentos de mandados de busca, quatro pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Outras 20 medidas cautelares foram ordenadas pela Justiça, como a proibição de acesso dos alvos da operação a qualquer unidade de conservação no Estado. Uma investigação da PC/RO mira o que as autoridades classificam como “organização criminosa envolvida em uma série de crimes ambientais”, como a extração ilegal de madeira.

Veículos foram apreendidos durante a operação policial (Divulgação)

Os cumprimentos da determinação judicial também contou com o apoio de outros órgãos, como a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), o Exército Brasileiro, a Polícia Técnico-Científica (Politec) e o Ministério Público de São Francisco do Guaporé. Ao todo, mais de 100 agentes de segurança participaram da ação.

Em coletiva de imprensa, o delegado Paulo Kakionis, responsável pelas investigações, afirmou que as investigações contra o suposto grupo criminoso começou há seis meses e contou com a colaboração da Sedam. A apuração do caso descobriu que a “organização criminosa” praticava crimes na reserva entre os municípios de São Francisco (RO) e Costa Marques (RO), com incursões envolvendo o emprego de estrutura e logística para realizar o desmatamento ilegal.

Policiais fizeram buscas em endereços ligados aos investigados (Divulgação/PC)

“A Polícia iniciou a investigação em parceria com a Sedam há seis meses. Portanto, nós estamos chegando ao final de uma primeira etapa da operação que tem por objetivo combater uma organização criminosa que vem praticando crimes contra o meio ambiente, desmatamento ilegal numa reserva entre São Francisco e Costa Marques, onde a organização fazia uma incursão e levava toda uma estrutura, toda uma logística para realizar o desmatamento e a extração ilegal de madeira”, destacou.

Logística do crime

O delegado explicou que a quadrilha tinha toda uma estrutura para beneficiar e comercializar a madeira extraída ilegalmente. As investigações apontaram que os alvos da operação possuíam serrarias móveis e atuavam no desmatamento ilegal com auxílio de equipamentos de grande porte, como tratores, além de homens responsáveis pelo transporte da madeira extraída.

“Eles tinha várias serrarias móveis que, após a extração, faziam o beneficiamento utilizando tratores, motosserras e mais um pessoal especializado da quadrilha. Na sequência já se fazia o transporte dessa madeira para depósitos situados na região de Cacoal e Espigão do Oeste, onde mantinham a madeira para comercialização”, disse o delegado.

Apreensões

Durante a operação, foram apreendidos diversos caminhões utilizados no transporte ilegal de madeira, além de uma grande quantidade de madeira retirada de áreas protegidas. As autoridades ainda calculam o valor total das apreensões. As ações foram realizadas nos municípios de Cacoal, Espigão do Oeste, São Francisco do Guaporé e Costa Marques, regiões com histórico de exploração ilegal de recursos naturais.

O secretário da Sedam, Marco Antônio Ribeiro, explicou o nome da operação desta quinta-feira, 3. “Os criminosos extraíam e beneficiavam a madeira ilegalmente e depois ateavam fogo no local para disfarçar o crime. Por isso o nome ‘Escudo de Cinzas’.

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Editado por Jadson Lima

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