Crise na troca do comando da Petrobras atrapalha Bolsonaro, que quer focar na reeleição

Bolsonaro está “possesso” com Bento, a quem xingou de tudo nos últimos dias (Arte: Isabelle Chaves)

Bento chamuscado

Um personagem que, até então, gozava de toda a confiança do presidente Jair Bolsonaro saiu chamuscado na crise da Petrobras: o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque. Bolsonaro está “possesso” com Bento, a quem xingou de tudo nos últimos dias. O presidente atribui a Bento a responsabilidade pela indicação de Adriano Pires e se irritou com a insistência do ministro na manutenção do nome dele, mesmo depois de um documento de compliance da Petrobras ter chegado ao Ministério e ao Planalto, informando da não recomendação pelo não cumprimento de regras para Pires assumir a presidência da empresa.

Bolsonaro “vendido”

O presidente disse que ficou “vendido” com o que chamou de “amadorismo” do ministro, achando que poderia conseguir contornar os problemas das ligações de Pires com o mercado e suas empresas. Se fosse em outros tempos, até que as coisas poderiam ter tido outro desfecho. Mas, em ano eleitoral, o presidente-candidato, que quer focar em sua campanha à reeleição, não vai remar contra a ‘maré’ e alimentar um escândalo na Petrobras por conta da indicação de alguém que não atende aos requisitos. Para piorar: o ministro Bento estava fora do Brasil, no auge da crise, no seu quintal.

Respaldo de Lira

Bolsonaro não poupou o ministro Bento Albuquerque, que teria tentado negociar o respaldo de sua indicação à Petrobras com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Não deu certo. Com isso, o Planalto terá de correr contra o tempo já que restam apenas oito dias até a data da assembleia-geral ordinária da Petrobras, marcada para 13 de abril. Tempo considerado insuficiente para que sejam feitas as checagens dos novos nomes indicados pelo Conselho de Compliance. Uma sugestão aventada por uma fonte governista seria adiar a assembleia por uma semana. Com o episódio desgastante, o temor maior são seus reflexos econômicos e políticos.

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Galípolo nega protagonismo

O economista Gabriel Galípolo, ex-presidente do banco Fator e ex-professor da PUC-SP, negou que tenha protagonismo junto à pré-campanha de Lula, o que lhe foi atribuído em notícias publicadas na imprensa. Segundo ele, a responsabilidade pelo debate econômico é da Fundação Perseu Abramo, presidida por Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo de Lula. Galípolo ganhou as manchetes após acompanhar Gleisi Hoffmann em um jantar com empresários, ontem, em São Paulo.

Trombada tucana

Eduardo Leite e João Doria podem se esbarrar nesta quarta-feira, 6, em Brasília. Os dois têm agenda marcada com apoiadores. O clima no tucanato é beligerante. Isso depois que o tesoureiro nacional do PSDB, Cesar Gontijo, revelar que não vai dar nenhum centavo para as viagens de Leite. Já o presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que Gontijo não é porta-voz do partido. Por ora, Leite fez dois deslocamentos: São Paulo e Brasília. Para se ter uma ideia, o Podemos disse que na pré-campanha de Sergio Moro gastou mais de R$ 1 milhão com as viagens do ex-juiz da Lava Jato.

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