Via Brasília – Da Cenarium
Ajuda reeleição?
Quem costuma circular pelos restaurantes estrelados de Brasília se deparou com um personagem muito conhecido por ter sido cassado na Câmara, condenado por corrupção ativa e personagem ativo no impeachment da ex-presidenta Dilma Roussef. Além de precipitar fatos que nos legaram o pior presidente da República desde a redemocratização do País, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, veio oferecer a Jair Bolsonaro, que enfrenta seu momento de maior rejeição, seus préstimos golpistas. Revelou-se disposto a ajudar Bolsonaro a se reeleger e foi recebido com tapete vermelho e um cargo de relevo em ministério palaciano.
Aliado na Segov
Nos espaços elegantes, Cunha desfilou com a esposa, a jornalista Claudia Cruz e suas bolsas Louis Vitton de alguns milhares de dólares. Nos espaços de poder, fez como larápios profissionais: andou pelos subterrâneos. Mas emplacou no posto de secretário-executivo da Secretaria de Governo um aliado de anos. Carlos Henrique Menezes Sobral, ex-assessor de Eduardo Cunha e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos presos na Operação Lava Jato, será o 02 da pasta comandada por Flávia Arruda. Cunha alimenta esperanças de recuperar um dia a condição de elegível.
Flávia esvaziada
Além do acirrar o esvaziamento de Flávia Arruda, que já acontece há alguns meses, a nomeação denota que o Planalto não só aceitou o apoio como retribuiu a “gentileza” antecipadamente. Em prisão domiciliar, após a revogação do cumprimento da pena em regime fechado, Cunha circula livre entre o Rio e Brasília e só não pode sair do Brasil. De mãos atadas e sem poder para nomear sequer o porteiro do seu ministério, Flávia Arruda acumula desprestígio e já pensa em desistir de uma candidatura majoritária no DF para tentar a reeleição como deputada federal pelo PL. Mas terá de enfrentar uma adversária inesperada.
Filha candidata
Eduardo Cunha não esconde que sonha em ver sua filha, a publicitária Danielle Cunha, 34 anos, disputar uma cadeira de deputada federal em 2022. Danielle chegou a morar em Brasília, ocasião em que atuou no marketing político, até retornar ao Rio. Dado curioso de seu livro, Tchau, querida: o diário do impeachment, Cunha revela que, no final de agosto de 2015, em evento da ONU, encontrou-se em um jantar com o então deputado Ciro Nogueira (PP-SE), o amazonense Átila Lins (PP-AM), entre outros, quando se iniciou a conspiração que culminou no processo de impeachment. Detalhe é que todos serviam, à época, ao Governo de Roussef…Te cuida, Bolsonaro!