Curta ‘Flores Secas’ destaca representatividade e história do AM
Por: Beatriz Araújo
10 de março de 2025
MANAUS (AM) – Os principais fatos históricos do Amazonas receberam destaque no cinema regional por meio do curta-metragem “Flores Secas” dirigido pelo amazonense Arnaldo Barreto. A referência na sétima arte conta a história de vários personagens que enfrentaram acontecimentos históricos que marcaram o desenvolvimento do Amazonas e, além disso, destaca a representatividade dos amazonenses.
A estreia e exibição única do filme aconteceram no dia 2 de março, no Teatro Amazonas. O curta será disponibilizado em breve no site da Secretaria de Cultura do Amazonas.
O curta-metragem “Flores Secas” teve o roteiro construído e elaborado em 2015, e é um trabalho autoral marcado por fatos históricos, o filme se passa em 1953, contando sobre as grandes cheias e a epidemia de febre amarela que atingido a região e as aldeias levando muitas pessoas e indígenas a morte.

Produção
Além da produção rica na história do Estado, o diretor também engrandeceu o elenco com a seleção de grandes nomes do cenário artístico amazonense para dar vida aos personagens da trama, entre eles Vanessa Pimentel, Isabela Catão, Adriano Rodrigues e Rosa Malagueta e trazer representatividade para a cena local.
O diretor Arnaldo Barreto detalhou como as histórias se conectam e constroem a personalidade da obra.
“No meio desse cenário, a trajetória das protagonistas Dasdor (Vanessa Pimentel) Morepeí (Isabela Catão) se cruzam para firmar a identidade do filme, com seus dramas, dores, perdas e desejos que as conduzem na tragédia“, disse o diretor.
“O filme brilhantemente conta com a participação da atriz Rosa Malagueta que interpreta a mística Francisca. Adriano Rodrigues vive Sebastião personagens importantes que conduzem a trama. Com participações grandiosas de Wallace Abreu/ Abrão e Hely Pito que brilham no filme”, declarou.
De acordo com Barreto, apesar do filme se passar em 1953, traz grande impacto na atualidade mostrando como alguns aspectos continuam dominando a sociedade por décadas.

“O filme relata o poder acima de qualquer coisa, poses e invasão de territórios e mortes de indígenas. É algo que me impacta muito e me faz refletir para onde caminhamos. A importância desta dramaturgia cinematográfica para sociedade é a reflexão da existência e resistências em todos os aspectos humanos! É preciso gritar por vida! Para que as nossas raízes posam existir para outras gerações”, refletiu.
Em 25 minutos de duração, promete envolver o telespectador nas emoções e lutas de cada personagem que protagoniza os fatos históricos, como contou o ator indígena da etnia Matsés, Abrão Mayoruna que interpretou o indígena Eirú na luta pela preservação do povo indígena, com isso há a representatividade dos povos originários.
“Acredito que Eirú, depois de uma fase adulta, ele vê a mãe triste com tudo que se passou e a consola, garantindo que o seu povo não irá morrer, haverá sobrevivência e haverá resistência acima de tudo e isso para nós no atual cenário representa muito”, declarou.

Valorização da arte local
O ator também destacou a importância de valorizar a arte amazonense e o cinema local e trazer mais reconhecimento para a sétima arte local e mais representatividade.
“Acredito que é necessário valorizar a nossa obra amazonense, nosso cinema amazonense, nós também merecemos olhar para nós mesmos, olhar para nosso Estado, olhar para nossos talentos, de quem mora no estado do Amazonas, da Amazônia, nós também podemos o melhor do cinema para o nosso Estado”, declarou.
O filme também conta com produção de Saleyna Borges e Cieny Farias; assistência de direção de Wallace Abreu; direção de arte de Hely Pinto; fotografia de Wiliams Ferry e Bruno Pereira, entre outros profissionais.