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Datafolha aponta que Bolsonaro é visto como ruim ou péssimo por quase metade da população de SP e RJ
Entre os paulistas, pesquisa aponta que presidente tem resultados melhores do que os obtidos em 2021 (Reprodução/Internet)
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09 de abril de 2022
Com informações da Folhapress
SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantém com avaliação majoritariamente negativa em dois dos maiores colégios eleitorais do País, de acordo com o Datafolha. Pesquisa do instituto, feita de terça-feira, 5, a quinta-feira, 7, aponta que 49% dos entrevistados do Estado de São Paulo e 48% do Rio de Janeiro consideram seu governo ruim ou péssimo.
Os que classificam a gestão como ótima ou boa são 28% entre os paulistas e 27% entre os fluminenses. A avaliação regular está em 23% tanto em São Paulo como no Rio.
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A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, no levantamento em São Paulo e de três pontos percentuais no do Rio. O Datafolha ouviu, nesta rodada, 1.218 pessoas no Estado do Rio de Janeiro e outras 1.806 no Estado de São Paulo.
Para efeitos de comparação, em outra pesquisa do instituto, feita em todo o Brasil, em março, os índices de avaliação do presidente estavam em patamares não muito distantes: 46% de ruim/péssimo e 25% de ótimo/bom. Naquele levantamento, os melhores índices para o governo estavam no Sul.
Os dois Estados do Sudeste têm significado simbólico para o presidente por causa de suas ligações pessoais: nascido no interior paulista, construiu sua carreira política no Rio. Dois de seus filhos políticos se elegeram pelo Estado do Rio de Janeiro e um por São Paulo.
Além disso, há o enorme peso geopolítico dos dois colégios eleitorais. Na eleição de 2018, nesses dois Estados, Bolsonaro obteve vitória, com 68% dos votos válidos no segundo turno, abrindo uma frente de 11 milhões de votos sobre Fernando Haddad (PT), que garantiu sua eleição.
Foi nesses dois Estados que o presidente centrou a articulação de palanques para a eleição deste ano. Em São Paulo, lançará o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e no Rio apoiará a reeleição de Cláudio Castro, do PL.
São Paulo, que tem 22% do eleitorado do País, se consolidou em campanhas presidenciais anteriores como um dos focos do antipetismo e nunca elegeu um governador do PT. Já o Rio de Janeiro, assim como Minas, desde 2002 sempre deu mais votos no segundo turno ao candidato que acabou eleito presidente.
A alta rejeição do presidente, em São Paulo, aferida nesta rodada da pesquisa, embute uma notícia positiva para ele. Na ocasião anterior, em que a avaliação foi pesquisada apenas no Estado, as taxas negativas estavam bem mais altas.
Em setembro passado, a avaliação ruim ou péssima estava em 65% — 16 pontos percentuais mais alta. O índice de ótimo e bom também se alterou expressivamente: era de 16%.
Na época, Bolsonaro vinha de uma sequência de desgastes relacionados à resposta à pandemia e às descobertas da CPI da Covid-19, no Senado. Também tinha se envolvido em embate com o Supremo Tribunal Federal, que atingiu o ponto mais alto com a organização de manifestações de raiz golpista no 7 de Setembro.
Recuperação
A recuperação do presidente, nas pesquisas de avaliação do mandato, também reflete o fôlego obtido por ele nos levantamentos de intenção de voto. No Datafolha de março, embora em desvantagem para o líder, o ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro recuperou terreno em simulações de segundo turno e consolidou a polarização com o petista na eleição presidencial.
O cenário se desenhou, em meio a medidas do governo federal na área econômica, como o programa Auxílio Brasil, e à melhora na situação da pandemia.
Perfil dos entrevistados
A pesquisa desta semana sinaliza que, tanto no Rio quanto em São Paulo, a avaliação do presidente piora no segmento das mulheres e entre os mais jovens.
Na faixa de entrevistados com 16 a 24 anos, a taxa de ótimo/bom é de apenas 12% no Rio e de 18% em São Paulo.
Também tende a cair na faixa com escolaridade de nível superior, embora cresça em faixas com renda mais elevada.
Entre quem tem renda familiar mensal de cinco a dez salários-mínimos, a aprovação ao presidente vai a 34% no Estado de São Paulo.
Outro segmento mais próximo do bolsonarismo é o dos evangélicos. Nesse recorte, a taxa de ótimo ou bom vai a 37% no Rio de Janeiro e em São Paulo.
No Rio, a aprovação ao governo salta ao se levar em conta apenas o segmento dos eleitores do governador Cláudio Castro. Nesse eleitorado, 48% consideram o trabalho de Bolsonaro ótimo ou bom.
Já entre aqueles que aprovam a gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD), opositor do presidente, a rejeição ao trabalho de Bolsonaro vai a 60%.
Em São Paulo, a avaliação do presidente é melhor entre quem acha o trabalho do ex-governador João Doria (PSDB) ruim ou péssimo. Nesse segmento, 39% aprovam a gestão federal.
Entre eleitores de Fernando Haddad, que agora lidera a disputa estadual, a reprovação a Bolsonaro chega a 68%.
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