De Manaus, Stéphanie dos Santos se torna primeira pessoa com Síndrome de Down a receber título de ‘Dama Comendadora’ no Brasil

A condecorada que mora em Manaus desde o segundo mês de vida, vai receber o título no dia 26 de agosto em Belém (PA)(Reprodução/ arquivo pessoal)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – O VI Encontro Amazônico da Câmara Brasileira de Cultura por meio da Academia de Ciências e Artes vai homenagear com a chamada Cruz do Reconhecimento Social e Cultural, Stéphanie Agostinho dos Santos, 22. A condecorada que mora em Manaus desde o segundo mês de vida, vai receber o título no dia 26 de agosto em Belém (PA) e será a primeira pessoa com Síndrome de Down dama comendadora (condecoração concedida a pessoas que se destacam em suas áreas de atuação) legalmente reconhecida no Brasil.

De acordo com o presidente da Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas (Apadam) e pai de Stéphanie, Omar Maia, além de ser a primeira pessoa com Síndrome de Down a levar o título de Grau Dama Comendadora no país, a homenageada também pode ser a primeira do mundo.

Stéphanie Agostinho dos Santos, 22 (Reprodução/ arquivo pessoal)

O título vem por conta dos trabalhos, influências sociais e incentivo à inclusão. Inclusive, foi feito um levantamento pela CBC na qual foi constatada que no Brasil e, talvez no mundo, não exista nenhuma pessoa que foi laureada com título de dama comendadora que tenha Síndrome de Down”, ressalta o pai de Stéphane.

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Inspiração e incentivo

Na leitura de Omar, Stéphanie é a prova de que com o apoio e cuidados necessários, uma pessoa com Síndrome de Down pode levar uma vida o mais normal e inclusiva possível. Pai incentivador, Maia destaca as múltiplas atividades desenvolvidas pela filha que serve de inspiração para outras pessoas Down.

“A homenagem pode até ser inédita, mas o exemplo de que uma pessoa com Síndrome de Down só precisa de uma oportunidade para mostrar que são capazes já algo que temos nos empenhado faz um tempo e ela faz parte disso junto com outras integrantes da Apadam, principalmente por meio da dança. Há 5 anos, por exemplo, o Grupo de Dança da Apadam se apresentam em shows de boi-bumbá inclusivo, projeto do cantor Carlos Batata, do boi-bumbá Garantido”, conta Omar.

Stéphanie (de fantasia preta e branca) com as amigas e integrantes do Grupo de Dança Apadam (Reprodução/ arquivo pessoal)

Além das apresentações valorizando a cultura local, Stéphanie e as amigas que formam o Grupo da Apadam, também se dedicam à dança do ventre, desfiles, projetos e eventos inclusivos chegando a viajar, inclusive, para outros Estados como Alagoas, São Paulo e Paraná.

Sobre o evento

Conforme o Conselheiro Regional Norte da instituição, o Comendador Prof. José Baptista Santos, o trabalho voltado para o reconhecimento de pessoas que se destacam na sociedade pela Câmara Brasileira de Cultura, Academia de Ciências é realizado há 25 anos. Na leitura do Comendador, a presença de Stéphane além de ser um reconhecimento, promove a valorização da inclusão.

“Acredito que a Câmara Brasileira de Cultura, cumpre seu papel institucional, de reconhecer as pessoas e instituições que se destacam na sociedade. Fazer isso de forma inclusiva e por méritos, nos enche de alegria. Alto comprometimento com os valores cívico-culturais. Engajamento com uma causa, onde de ‘vítima’, passou a ser uma agente de inspiração para a sociedade e outros com algum tipo de deficiência“, avalia o conselheiro.

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