Debate sobre exploração de petróleo é retomado 40 anos após pesquisas em Roraima
Por: Bruna Cássia
20 de junho de 2024
Autoridades de Roraima participam de audiência pública. (Divulgação)
Bruna Cássia – Da Cenarium
BOA VISTA (RR) – A exploração de petróleo em Roraima voltou a ser debate 40 anos após as primeiras pesquisas realizadas na região. Trata-se da Bacia do Rio Tacutu, região com cerca de 300 quilômetros de extensão entre Brasil e Guiana, que abrange os municípios de Normandia e Bonfim, além da capital Boa Vista.
O assunto foi abordado durante audiência pública e contou com a presença de deputados e autoridades de Roraima, como o presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB), além de representantes da Petrobras, da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Durante a audiência, ficou estabelecida a possibilidade de acontecer o leilão para a contratação de empresa especializada em exploração petrolífera, em 2025. O projeto foi apresentado pela gerente de Projetos da Secretaria-Executiva do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Moara Giasson. Ela também coordena o grupo que é responsável por fazer a análise dos estudos e dos levantamentos necessários para a liberação da exploração.
“Criamos o grupo de trabalho em 2023. Em 2024, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis solicitou ao Ibama e ao Instituto Chico Mendes uma manifestação sobre essa área de Tacutu. E nesse momento está em fase final de análise para emissão junto ao Ministério de Minas e Energia uma manifestação conjunta. Temos nos debruçado sobre isso, até porque há uma previsão de leilão para o início do ano que vem”, explicou.
Autoridades de Roraima participam de audiência pública em Brasília (Divulgação)
Ainda durante a audiência, o diretor de Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, da Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Jair do Anjos, destacou que depois que ocorrer o leilão, a empresa interessada irá fazer a outorga da área. Dessa forma, a etapa seguinte consiste no licenciamento ambiental de responsabilidade do poder estadual.
Primeiros estudos
Na década de 1980, estudos sobre a exploração de petróleo em Roraima encontraram evidências da presença de hidrocarbonetos na região. A última perfuração realizada pela Petrobras ocorreu no mesmo período. Na época, a estatal selecionou dois alvos e perfurou poços, ambos revelando indícios confirmatórios da existência da bacia petrolífera. Desde então, a Universidade Federal de Roraima (UFRR) tem continuamente apresentado novos dados que sugerem a viabilidade de uma oferta permanente.
O professor de geologia da UFRR, Dr. Vladimir de Souza, também participou da audiência e destacou a importância de continuar com a pesquisa, mas pontuou a necessidade de investimento financeiro para isso.
“Encontramos óleo praticamente na superfície, por volta de 30 metros de profundidade. A nossa pesquisa da UFRR, do curso de geologia, é feita praticamente sem recursos, por conta própria. A bacia do Tacutu tem poucos dados porque não se investe em pesquisa”, afirmou.
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