Decisão que cria ‘penduricalho emergencial’, cria desforto no Ministério Público do Mato Grosso


07 de maio de 2020
Decisão que cria ‘penduricalho emergencial’, cria desforto no Ministério Público do Mato Grosso
Com decisão de auxiliar financeiramente procuradores, promotores, servidores e comissionados, Procurador - Geral do Mato Grosso causa polêmica na instituição e na opinião pública (Reprodução/Money Times)

Agência Folhapress

No momento em que a sociedade brasileira passa por um teste assombroso do ponto de vista da resistência humana, econômica e social, o Procurador – Geral de Justiça do Mato Grosso, José Antônio Borges, decidiu criar polêmica. Em uma só canetada, criou um bônus financeiro de R$ 1.000 para promotores e procuradores de Justiça e ainda outro “penduricalho” de R$ 500 para servidores da instituição e comissionados, que nem de longe vivem a realidade de sobreviver com um salário mínimo. Peripécia que milhões de brasileiros praticam mensalmente. A espécie de “auxílio emergencial de luxo”, custará aos cofres públicos, R$ 680 mil ao mês e R$ 8,1 milhões ao ano.

Repercussão negativa

Após a repercussão negativa, o Conselho Nacional do Ministério Público(CNMP) decidiu analisar a legalidade de ato que criou o benefício., que surge no momento em que se discute a possibilidade de redução de orçamento dos poderes de Mato Grosso devido à queda de arrecadação oriunda da pandemia do novo coronavírus. Já no âmbito federal, a medida provisória 936 permite reduzir salários de trabalhadores no setor privado. O Congresso Nacional também discute o congelamento de salário dos servidores públicos. De acordo com a resolução da Promotoria, a ajuda de custos será apenas para despesas com saúde e de caráter indenizatório, “por meio de ressarcimento parcial, às despesas decorrentes de gastos relativos à saúde”, diz trecho do ato publicado na última terça-feira, 5.

Comparação

A “verba extra” terá um valor mais elevado, se comparada com as verbas indenizatórias dos vereadores de Cuiabá e do Tribunal de Contas do Estado(TCE) de Mato Grosso. Enquanto a verba de caráter indenizatório custará R$ 8,1 milhões por ano ao MP, as verbas do vereadores da capital custam R$ 2,7 milhões ao ano. O valor é 300% maior que os chamados “penduricalhos”. Já em comparação às verbas extras dos conselheiros do TCE mato-grossense, o valor mensal aos cofres da corte de contas é de R$ 656 mil e mais de R$ 7,8 milhões anuais. Abaixo do novo benefício do MP.

Atualmente o Ministério Público conta com 249 promotores e procuradores de Justiça, além de 862 servidores efetivos e comissionados.
O pedido ao CNMP partiu do conselheiro Valter Shuenquener de Araújo, que solicitou uma análise urgente do caso, pelo conselho nacional, para a possível “suspensão imediata do ato que implementa o pagamento da rubrica em questão, medida que poderá ser sopesada, liminarmente, pelo relator”, afirmou.

Bom senso

Valter ainda destacou que o país passa por uma grave crise sanitária e econômica “provocada pela pandemia do novo coronavírus”.
“Nesse contexto, não me parece minimamente razoável, no atual cenário de crise mundial, a elevação de dispêndios públicos pelo órgão ministerial, mediante a criação de indenização a membros e servidores do parquet”, disse o conselheiro. Por meio de nota, o Ministério Público disse que ajuda de custo para despesas com saúde aos servidores e membros da instituição, tem respaldo constitucional e consta em lei desde 2012.

Ainda na nota, o Ministério Público esclareceu que projeto de lei já aprovado pelo Senado Federal e que deve também receber aprovação da Câmara dos Deputados, além de instituir ajuda financeira a estados e municípios para fazer frente à pandemia do novo coronavírus, também vai congelar até o final de 2021 os subsídios de todos os servidores públicos das esferas federal, estadual e municipal, razão pela qual a ajuda de custo teve que ser regulamentada agora”, finaliza a nota.

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