Declaração do G20 em Belém prioriza redução de desigualdades


Por: Fabyo Cruz

01 de novembro de 2024
Encontro do G20 nesta sexta-feira, 1º (Fabyo Cruz/CENARIUM)
Encontro do G20 nesta sexta-feira, 1º (Fabyo Cruz/CENARIUM)

BELÉM (PA) – Nesta sexta-feira, 1º, os ministros Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional, e Jader Filho, das Cidades, conduziram a apresentação e adoção da Declaração Ministerial para a Redução de Risco de Desastres. O encontro, parte do Grupo de Trabalho de Redução de Risco de Desastres (DRRWG) do G20, reuniu representantes de 25 países e 11 organismos internacionais no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, em Belém. O evento marcou o fechamento de um ano de negociações e colaboração multilateral, culminando em um documento que visa orientar esforços globais para a mitigação de riscos de desastres.

A Declaração Ministerial, resultado de um ano de trabalho conjunto entre os países membros e convidados, reflete o compromisso com o combate às desigualdades como forma de reduzir vulnerabilidades diante de desastres. Segundo o ministro Waldez Góes, a declaração “reflete nosso compromisso com o combate às desigualdades e a redução das vulnerabilidades. Ela se preocupa com as pessoas e as consequências dos desastres para suas vidas, culturas, histórias e economias”.

Grupo de Trabalho de Redução de Risco de Desastres (DRRWG) do G20 (Fabyo Cruz/CENARIUM)

O ministro das Cidades, Jader Filho, reforçou a importância do encontro para o fortalecimento de políticas inclusivas de Redução de Risco de Desastres (RRD). “Este documento reafirma nosso compromisso em criar métodos inclusivos para a redução de riscos, fortalecer a resiliência e proteger aqueles que são mais afetados pelas mudanças climáticas, especialmente nos países em desenvolvimento”, afirmou o ministro.

Direitos e inclusão social

A declaração ressalta a importância de um sistema de alerta precoce acessível e inclusivo, infraestrutura resiliente, financiamento para RRD e soluções baseadas na natureza. Além disso, prioriza o enfrentamento das desigualdades por meio de iniciativas que respeitam a diversidade cultural e as necessidades das populações vulneráveis. Reafirmando a Agenda 2030 da ONU e o Marco de Sendai para a Redução de Riscos de Desastres, o G20 pretende reforçar o papel de sistemas de governança que incluem comunidades locais, mulheres, jovens, idosos e povos indígenas no desenvolvimento de políticas de resiliência.

Os ministros brasileiros também destacaram o papel dos investimentos privados e de parcerias internacionais, chamando a atenção para a urgência de destinar mais recursos para a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias focadas na resiliência climática e na redução de desastres.

Mobilização internacional

Outro ponto essencial da Declaração Ministerial é a ênfase em uma recuperação inclusiva e sustentável. A Declaração visa integrar a RRD nos processos de reconstrução pós-desastre, garantindo que as políticas de reconstrução não deixem ninguém para trás e promovam uma recuperação com base na “build back better” (reconstrução melhor), ideal estabelecido no Marco de Sendai.

O G20 também reconhece o papel das soluções baseadas na natureza e os benefícios da cooperação com bancos multilaterais, que oferecem apoio financeiro e técnico para viabilizar políticas de resiliência em infraestrutura.

Cúpula do G20 no Brasil

A Declaração Ministerial agora será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 19ª Cúpula do G20, marcada para ocorrer entre os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

Leia mais: G20 em Belém: performance artística alerta para transição energética justa
Editado por Adrisa De Góes

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO