Defensoria deve investigar maternidade após mãe dar à luz no chão da unidade


26 de agosto de 2024
Defensoria deve investigar maternidade após mãe dar à luz no chão da unidade
A maternidade Ana Braga ao lado de imagem da mulher dando à luz (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
Carol Veras – Da Cenarium

MANAUS (AM) – A Defensoria Pública do Amazonas (DPE/AM) deve instaurar procedimento para investigar o caso em que uma mulher, ainda não identificada, dá à luz ao filho no chão dos corredores da maternidade Ana Braga, localizada no bairro São José, na Zona Leste de Manaus. O fato aconteceu no dia 27 de maio deste ano e voltou a repercutir nesta segunda-feira, 26, após o vídeo gravado nas dependências da unidade hospitalar viralizar nas redes sociais.

A Defensora pública Caroline Souza disse à CENARIUM que as investigações do ocorrido na maternidade devem ser iniciadas pelo Comitê de Enfrentamento à Violência Obstétrica nos próximos dias. Coordenadora do grupo que surgiu em 2016, Caroline afirmou que a unidade deve informar se houve falha nos procedimentos de atendimento na maternidade.

“Estou aguardando os dados da gestante para falar antes com ela. Oficiaremos [as autoridades responsáveis] para sabermos os detalhes do caso e verificarmos se houve alguma falha no serviço [prestado pela unidade hospitalar]”, se limitou a coordenadora do comitê.

O procedimento será instaurado pela DPE, por meio do grupo criado em 2016 por iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) após diversas denúncias de violência obstétrica praticada na capital amazonense. Os casos originaram um termo de cooperação entre diversos órgãos, formando uma rede de apoio para implementação de ações conjuntas que resguardem os direitos das mulheres durante o pré-parto, parto e pós-parto.

Atualmente, o Comitê conta com o apoio de instituições como a SES-AM, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

A CENARIUM procurou a SES-AM para comentar o caso envolvendo o parto nos corredores da Ana Braga, em Manaus. A pasta afirmou em nota que, “trinta minutos depois de ter chegado a unidade, a paciente foi ao banheiro e entrou em período expulsivo, sendo levada para a sala de parto”. Conforme a assessoria, a mãe e as crianças passaram por todos os exames e procedimentos e receberam alta médica dois dias depois.

Relembre o caso

Nesta segunda-feira, 26, o vídeo da mulher em trabalho no parto no chão da maternidade Ana Braga voltou a circular nas redes sociais. Nas imagens, a mãe aparece de joelhos e a criança, envolvida em um tecido nos braços de uma profissional da saúde.

Testemunhas afirmam em vídeo que a mulher havia avisado que estaria dando à luz. As imagens foram gravadas por outras pacientes que aguardavam atendimento na recepção. Em seguida, outro funcionário leva a mãe em uma maca. Assista:

(Reprodução/Redes Sociais)
A maternidade

Inaugurada em 10 de maio de 2004, a Maternidade Ana Braga é a maior do Amazonas, segundo a carta de serviços do hospital. Com 257 leitos, é referência em atendimento obstétrico, incluindo 12 leitos para pré-parto, parto e pós-parto (PPP), 20 leitos de UTI neonatal e 107 leitos de alojamento conjunto, entre outros. A maternidade também implementou programas de saúde materno-infantil, como o Método Canguru e o Projeto Nascer, visando reduzir as taxas de mortalidade materna e neonatal.

Leia também: Comitê de Crise da SES-AM realiza visita técnica ao hospital Nilton Lins e solicita leitos do HUGV
Editado por Jadson Lima

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