Defesa pede liberdade para mãe e irmão de Djidja de Cardoso; juiz adia decisão


04 de setembro de 2024
Defesa pede liberdade para mãe e irmão de Djidja de Cardoso; juiz adia decisão
Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
Gabriel Abreu – Cenarium

MANAUS – O juiz de Direito Celso Souza de Paula, da 3ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas, do Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) ouviu nesta quarta-feira, 4, os dez réus do ‘Caso Djidja Cardoso’. A audiência de instrução aconteceu de forma virtual. Os acusados foram denunciados pela prática dos crimes de tráfico de drogas e de associação para o tráfico. Ao todo, foram ouvidas 18 testemunhas, sendo dez de acusação e oito da defesa.

No final dos interrogatórios, a defesa da mãe e do irmão da empresária Djidja Cardoso, Cleusimar Cardoso e Ademar Farias, respectivamente, solicitaram o pedido de liberdade para eles, mas o magistrado vai analisar e decidir por escrito. Por ora, a Justiça manteve as prisões. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação do Tjam.

Dois dias após a morte da ex-item do Garantido, em 30 de maio, a CENARIUM revelou cinco mandados de prisão e de busca e apreensão contra familiares de Djidja e funcionários da rede de salões de beleza Belle Feme. O irmão e a mãe de Djidja Cardoso, Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso, respectivamente, foram presos tentando fugir da polícia. Também havia determinação para prender os funcionários do Belle Femme, identificados como Verônica da Costa Seixas, Claudiele Santos e Marlisson Dantas.

Participaram da audiência por videocoferência Cleusimar Cardoso Rodrigues, Ademar Farias Cardoso Neto, Marlisson Vasconcelos Dantas, Claudiele Santos da Silva, Verônica da Costa Seixas, Emicley Araújo Freitas, Bruno Roberto da Silva Lima, José Máximo Silva de Oliveira, Sávio Soares Pereira e Hatus Moraes Silveira.

Além dos cinco citados no mandado de prisão, Djidja Cardoso também era investigada (Composição: Weslley Santos/CENARIUM)
Audiência

Na audiência de instrução dos dez indiciados por envolvimento no tráfico de drogas, a prima da empresária, Erika Cardoso, relatou não ver remorso nos familiares Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso. A audiência foi presidida pelo juiz de direito Celso Souza de Paula e começou às 9h desta quarta, 4. O promotor de Justiça André Virgílio Belota Seffair representou o Ministério Público (MP).

“É bem dificil falar sobre eles. Eu não vejo arrependimento neles e isso me machuca muito. Eu estou vendo [eles] como viciados e não como doentes, pois eles têm consciência do que eles estão fazendo”, afirmou Erika Cardoso ao Ministério Público.

Com o fim da investigação caso, Cleusimar, Ademar e outras oito pessoas foram indiciadas por tortura com resultado de morte, tráfico de drogas e outros 12 crimes, afirmou a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).

Na audiência, a sobrinha de Cleusimar também citou o ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto Lima, como o motivo da busca da prima por um corpo dentro dos padrões de beleza, o que levou a vítima ao uso de anabolizantes.

“O Bruno, para mim, era uma chave principal. Ele tinha um grande peso em saber que a Djidja era completamente apaixonada, ele podia ter tido outra conduta. A questão de beleza e corpo perfeito partiu dele“, comenta a familiar. “Próximo à morte da Djidja, o Bruno não aparecia […]. Após a morte da minha avó, ele bloqueou a gente nas redes sociais”, completa a prima à defesa.

Além de Erika, outra sobrinha de Cleusimar, Paloma Novo, também depôs contra a família. A familiar afirmou que os Cardoso interromperam o tratamento da Djidja contra os problemas psicológicos que enfrentava. 

Ela [Cleusimar] ofereceu cura pra minha avó e ofereceu para a Djidja”, afirmou Paloma Novo. De acordo com ela, após a morte da avó, Maria Venina de Jesus Cardoso, de 82 anos, a tia fazia uso de entorpecentes para entrar em contato com a falecida mãe. “Quando ela viu a vovó morta, disse que ela precisava fazer a passagem. Ela usava a droga para atingir tudo que ela acreditava”, descreveu.

Relembre o caso

As investigações tiveram três operações, que resultaram nas prisões de dez pessoas. Na primeira fase, os mandados de busca e apreensão autorizados pelo Tjam foram cumpridos em residências da família Cardoso, em unidades do Belle Femme, além de clínicas veterinárias como a MaxVet, localizada no bairro Redenção, Zona Oeste de Manaus. O estabelecimento fornecia cetamina a integrantes da família Cardoso, segundo as apurações. 

Em 7 de junho, a PC-AM deflagrou a segunda fase da operação, cumprindo mandados de prisão contra o ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto Lima, o ex-fisiculturista Hatus Silveira e dois funcionários de estabelecimento que fornecia drogas ao grupo investigado. O veterinário José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos, também foi preso.

Veja os nomes dos indiciados:

  • Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso;
  • Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso;
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do Belle Femme;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro e maquiador;
  • Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza;
  • Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja;
  • Hatus Silveira, ex-fisiculturista;
  • José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos;
  • Savio Pereira, funcionário da clínica MaxVet;
  • Emicley Araújo, funcionário da clínica MaxVet;
  • Pessoa ainda não identificada pela polícia.
Leia mais: Justiça decreta prisão de família de Djidja Cardoso e funcionários de salão
Editado por Jadson Liam

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