Degradação da Amazônia tem aumento de 1.402% em setembro de 2024
Por: Letícia Misna
25 de outubro de 2024
MANAUS (AM) – A degradação florestal da Amazônia chegou a 20.238 quilômetros quadrados em setembro de 2024, a maior marca por dano ambiental atingida nos últimos 15 anos. Os índices representam aumento de 1.402% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a degradação florestal foi de 1.347 quilômetros quadrados.
Os dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), e foram divulgados nesta sexta-feira, 25. De acordo com o estudo “Sistema de Alerta de Desmatamento”, essa área equivale a 13 vezes a cidade de São Paulo.

“Setembro costuma ser um mês marcado pelo aumento dessas práticas na Amazônia, por estar dentro de um período mais seco. Porém, os números registrados em 2024 são muito mais elevados do que os vistos anteriormente. E a maioria dos alertas ocorreu devido à intensificação dos incêndios florestais”, disse Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Antes dessa marca, a floresta acumulava 6.869 quilômetros quadrados de degradação desde que o monitoramento começou, em 2008. Agora a área total afetada por desmatamento e queimadas é de 26.246 quilômetros quadrados.
Por Estado
Dos nove Estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal, o Pará possui a maior porcentagem de degradação florestal, com 57% de área atingida. Em setembro de 2023, 196 quilômetros quadrados da floresta foram degradados na região. Já em setembro de 2024, essa quilometragem subiu 60 vezes, chegando a 11.558 quilômetros.
Entre os demais, Mato Grosso vem em segundo lugar, com 25%, seguido por Rondônia, com 10%. Amazonas ocupa a quarta posição no ranking (7%) e Tocantins aparece na sequência com 1%. Os outros Estados não são citados na lista de degradação, mas aparecem na lista de desmatamento.

Conforme o Instituto, os números do Pará surpreenderam, uma vez que, historicamente, em setembro Mato Grosso costuma liderar o ranking.
Terras Indígenas
Entre as Terras Indígenas (TI), a mais degradadas foi a Kayapó, localizada no Pará. A região concentrou 17% de área atingida no mês de referência, o equivalente a 3.438 quilômetros quadrados. Completando a lista das cinco primeiras, aparecem Xikrin do Cateté (PA), Menkragnoti (PA/MT), Aripuanã (RO/MT) e Capoto/Jarina (MT).
Confira os dados completos: