Delação de ex-PM confirma que a arma usada para assassinar Marielle é do Bope


24 de julho de 2023
Marielle Franco em discurso na tribuna da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Renan Olaz/CMRJ)
Marielle Franco em discurso na tribuna da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Renan Olaz/CMRJ)

Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – O ex-policial militar Élcio Queiroz, que fechou um acordo de delação premiada, afirmou à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira, 24, que a primeira tentativa de assassinato de Marielle Franco aconteceu em 2017, e que um dos suspeitos pode ter ficado com medo e “refugou” (desistiu). Ainda em delação, a arma usada para matar Marielle e Anderson foi desviada do Bope após um incêndio.

No depoimento, Queiroz confirma a sua participação e a de Ronnie Lessa e Maxwell Simões Corrêa na morte da vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018. Antes de executar o assassinato, o ex-PM, no último trimestre de 2017, estava em “monitoramento do alvo”.

Queiroz disse que passou o dia 31 de dezembro com Ronnie Lessa, que teria comentado sobre a tentativa anterior de assassinato.

“Já tínhamos bebido bastante, aí em tom de desabafo ele comentou comigo que estava chateado, que ele estava num trabalho, já algum tempo, e teve a oportunidade de um alvo que seria uma mulher”, afirmou.

No decorrer do depoimento o delator explica que teve uma tentativa, mas teve que, de última hora, desistir, justificando que Maxwell teve problema com o carro, mas Ronnie “não acreditava que teve problema, que foi medo, refugou”.

“Estavam nessa época aí, já um tempo ‘campanando’ esse alvo e teve uma oportunidade de chegar até esse alvo um dia, na área do Estácio, e na hora que foi para acontecer o fato, o crime, no caso seria uma execução… o piloto (inaudível) do carro era o Maxwell, o atirador na frente seria o Ronnie, o outro no banco de trás seria o Edmilson Macalé. O Ronnie achou que houve um refugo”, afirmou.

Macalé, que era policial militar, foi morto em 2021 na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com Queiroz, foi ele quem convidou Ronnie para participar do assassinato de Marielle. No dia do assassinato, em 2018, só participaram da execução o próprio Ronnie e Queiroz, disse o delator.

Operação

O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa foi preso em nova operação da Polícia Federal do Ministério Público do Rio de Janeiro que investiga a morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na capital e na região metropolitana.

Leia mais: Caso Marielle Franco: mãe de vereadora é contrária à federalização da investigação
(*) Com informações da Folhapress

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