Delegação brasileira leva pandemia a sério e tenta ‘limpar’ imagem negativa do País nas Olímpiadas

Comitê Olímpico decidiu evitar aglomerações e enviou apenas quatro pessoas para a cerimônia (Martin Bureau/AFP)
Linda Almeida – Da Cenarium

MANAUS – Durante a cerimônia de abertura das Olímpiadas de Tóquio na manhã desta sexta-feira, 23, a delegação brasileira foi destaque nas redes sociais por levar poucos atletas para o evento e seguir à risca os procedimentos de segurança epidemiológica. Na última quinta-feira, 22, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) decidiu levar apenas os porta-bandeiras.

Frente à imagem negativa que o País possui no mundo no que diz respeito às ações de enfrentamento à pandemia, a decisão foi assertiva. No cenário internacional, o Governo Federal e em especial a gestão do presidente Jair Bolsonaro é destaque pelo negacionismo com a doença, o escândalo da recusa na compra de vacinas e ainda pela disseminação de notícias falsas, como a recomendação de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Vacinação

Já em terras internacionais, o COB decidiu levar a segurança dos atletas a sério. O comitê conseguiu vacinar mais de 85% da delegação brasileira, e montou um protocolo, com a ajuda da Fiocruz, para reduzir ao máximo os riscos de contaminação nos Jogos. Já que, pelas regras, o atleta contaminado fica afastado por até 10 dias.

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Durante o desfile da deleção brasileira, apenas quatro pessoas estiveram presentes: os porta-bandeiras Ketleyn Quadros (judô) e Bruno Rezende (vôlei), Marco Antônio La Porta, Chefe de Missão, e Joyce Ardies, oficial e representante dos colaboradores da entidade.

Delegação levou apenas os porta-bandeiras para a cerimônia | Foto: Martin Bureau / AFP

No dia anterior, ao anunciar essa decisão em nota oficial, o comitê afirmou que “levaria em consideração a segurança dos atletas brasileiros em cenário de pandemia, minimizando riscos de contaminação e contato próximo, zelando assim pela saúde de todos os integrantes do Time Brasil”.

Aglomeração internacional

Por outro lado, países tradicionais que optaram por levar delegações completas e consequentemente grandes, foram duramente criticadas, como Itália, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Nas redes sociais, ambos foram chamados de ‘os terrores da OMS (Organização Mundial de Saúde)’, em alusão ao perigo que poderiam causar aos demais atletas.

Estados Unidos foi destaque negativo nas redes sociais pela grande delegação | Foto: Reprodução/Globo

Assim como a presença de aglomerações e o não respeito ao distanciamento social, o uso da máscara não esteve presente o tempo todo. Os atletas do Tajiquistão e do Quirguistão, por exemplo, entraram na cerimônia sem o equipamento, que, em tese, faz parte do protocolo sanitário dos Jogos de Tóquio. Ao todo, segundo a organização das Olímpiadas, foram 5.700 atletas espalhados entre os 206 países.

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