Delegado diz que provas para indiciar investigados no ‘Caso Djidja’ são ‘suficientes’

O delegado titular do 1° DIP, Cícero Túlio (Composição: Weslley Santos/Revista Cenarium)
Jadson Lima – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – O delegado titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), Cícero Túlio, afirmou à REVISTA CENARIUM, com exclusividade, já ter provas suficientes para indiciar os familiares de Djidja Cardoso, encontrada morta na última terça-feira, 28, em Manaus (AM).

Os funcionários do salão de Beleza Belle Femme, que estão presos preventivamente, também devem ser indiciados por envolvimento na seita “Pai, Mãe, Vida”, que aliciava pessoas a participarem do abuso de substâncias ilícitas. “Os elementos já coletados durante as investigações são suficientes pra indiciar por todos esses crimes”, afirmou o delegado.

A autoridade que coordena as investigações também afirmou que a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) trabalha com a hipótese de encontrar novos integrantes da seita religiosa, que tinha como manual o livro “Cartas de Cristo”. “Estamos desdobrando as investigações para verificar a participação de outras pessoas na situação”, afirmou Cícero Túlio.

PUBLICIDADE

A CENARIUM perguntou ao titular do 1° DIP sobre a existência de um prazo para conclusão do inquérito policial. Túlio afirmou que o relatório final, sob o seu comando, deve ser concluído em breve. “Uns 30 dias mais ou menos”, garantiu.

De acordo com as investigações da PC-AM, o grupo é investigado pelos crimes de: tráfico de drogas; associação para o tráfico de drogas; perigo para saúde ou para a vida de outrem; falsificação, corrupção e adulteração de produtos destinados para fins terapêuticos e medicinais; aborto provocado sem consentimento da gestante; estupro de vulnerável; charlatanismo; curandeirismo; sequestro; cárcere privado e constrangimento ilegal. 

LEIA TAMBÉM:

Familiares de Djidja Cardoso são presos em cumprimento a mandado de prisão
Polícia encontra anéstésicos, seringa e luvas na casa de Djidja Cardoso
Drogas, seita religiosa, estupro e aborto: o que a polícia sabe sobre o ‘Caso Djidja’
Caso Djidja: polícia cumpre mandado em pet shop suspeito de venda ilegal de ketamina
Mãe, irmão e funcionários de Djidja são transferidos para penitenciária na BR-174
‘Cartas de Cristo’: O que diz livro que levou família de Djidja a usar ketamina
Caso Djidja: Cetamina pode custar até R$ 800 no mercado ilegal
Investigações

As autoridades da PC-AM avançaram nas investigações sobre uma seita na qual o irmão de Djidja, Ademar Cardoso, era considerado “Jesus”, Cleusimar Cardoso era “Maria” e Djidja representava “Maria Madalena”, após a ex-item do Boi Garantido ser encontrada morta na residência dela, em Manaus.

Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe de Djidja, foram presos preventivamente na última quinta-feira, 30, por determinação do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Os funcionários do salão Belle Femme, administrado pela família, Verônica da Costa SeixasMarlisson Vasconcelos Dantas e Claudiele Santos da Silva, também estão presos preventivamente.

Durante a “Operação Mandrágora“, os investigadores da PC-AM realizaram busca e apreensão tanto na residência dos envolvidos quanto na residência onde moravam. Em ambos os endereços foram encontrados frascos do medicamento cetamina, um anestésico usado principalmente em cavalos. Os agentes também apreenderam o livro “Cartas de Cristo”, usado pelo grupo.

A polícia ainda investiga se a avó de Djidja Cardoso foi submetida a alta dosagem da droga, que teria levado ao óbito da idosa. Maria Valentina de Jesus Cardoso, de 82 anos, morreu em junho do ano passado, no município de Parintins, a 369 quilômetros de Manaus.

Editado por Marcela Leiros
Revisado por Gustavo Gilona
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.