Delivery na pandemia transforma serviço em tendência e oportunidade para pequenos empreendedores

O Brasil é um dos líderes no segmento, segundo site alemão (Reprodução/Internet)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Pequenos empreendedores têm utilizado o delivery na pandemia como uma tendência permanente, além de uma oportunidade de manter a rentabilidade dos negócios. Com a adaptação de novos hábitos ao longo da emergência sanitária, sair para comer, fazer compras e outras ações comuns do cotidiano, por hora, são iniciativas não realizadas com tanta frequência, fazendo as entregas subirem no período.

O Brasil, segundo o site alemão Statista, liderou o ramo de delivery na América Latina em 2020, sendo responsável praticamente pela metade do mercado, chegando a 48,77%, seguido do México com 27,07% e a Argentina com 11,85%. A procura pelas “comidas delivery”, por exemplo, está em primeiro lugar dentre as categorias que mais cresceram.

Delivery

De acordo com uma pesquisa divulgada em maio deste ano pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e SPC Brasil, mais de 50% dos internautas efetuaram algum pedido por delivery no período de 12 meses. Um aumento de 80%, se comparado à taxa de 2019, quando era de apenas 30%.

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Essa “nova” opção de vendas e consumo online tem mudado a relação entre lojistas e consumidores que, por vezes, preferem realizar uma compra no conforto do lar. E isso não se atem somente à alimentação, ainda que ela seja a mais popular na aérea dos deliverys, vendas de roupas, cosmético de maquiagens, por exemplo, também têm conquistado cada vez mais espaço nessa modalidade.

A venda de cosméticos cresceu de 29,30% em 2019 para 34,50% em 2021 (Reprodução/Pinterest)

Facilidade e oportunidade

Para a empreendedora do ramo da beleza, Joana Gabrielle Hagge, as vendas online e entregas delivery, apesar de serem algo novo para muitos, já vinham se consolidando antes mesmo da pandemia. A jovem, que hoje opta pela modalidade virtual de vendas, acredita que mesmo não sendo de forma presencial, as vendas conseguem atender as necessidades do cliente.

“Muitos ainda têm receio de fazer este tipo de compra, pois estão habituados em sair de casa e ir até ao local, mas nunca tive problemas nas minhas vendas nem no ato da compra quanto na entrega. Basta comprar a primeira vez, para ver que é muito mais prático e foi o que aconteceu com tantas pessoas presas dentro de casa”, conta a empreendedora.

Na avaliação de Gabrielle, a tendência é que, mesmo após a pandemia, a modalidade permaneça e se aperfeiçoe cada vez mais, sendo uma opção disponível para os clientes, dando até mesmo um “up” no estabelecimento.

“As formas de consumo mudaram. Hoje o cliente já pergunta logo se a gente faz entrega, se tem pix. Eles buscam todas as ferramentas possíveis que tornem as vendas e o consumo rápido e prático. Sinceramente, na atual situação em que estamos, creio que manter um espaço físico não seja um problema, pois o delivery está aí para isso, tanto que 100% das minhas vendas são realizadas assim e pretendo continuar neste formato”, avalia Gabrielle.

Presencial

Se para a vendedora de cosméticos, as vendas online e entregas via delivery é alternativa da tendência do mercado. Já para a empresária de vestuário masculino, Nilde Adriana, os deliverys podem até ser uma opção, mas o público ainda busca, pelo aconchego do atendimento presencial.

“Nós temos aqui todas formas de vendas disponíveis. Mas percebo que foi um ‘boom’ causado pela ânsia do gastar. As pessoas estavam e muitas ainda estão recolhidas em suas casas e querem, de alguma forma consumir. Isso acabava refletindo nos pedidos de entrega. óbvio que é algo que, de certo modo, já se estabeleceu, mas ainda acho que nada supera o prazer de vir até a loja física ser bem atendido”, conta a empresária que já atua há 20 anos mercado.

Vale ressaltar que produtos como artigos para casa, livros e materiais de informática também tiveram um aumento entre os anos de 2019 e 2021, quando o assunto é mercado delivery. Com um crescimento de 48,40% para 51,60%, 29,40% para 70,60% e 28,60% para 71,40%, respectivamente.

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