Depois de mentir sobre formação acadêmica, Decotteli cai em cinco dias; Bolsonaro vai para quarta mudança no MEC em menos de dois anos

Bolsonaro durante assinatura do Termo de Posse de Carlos Alberto Decotelli, ex-Ministro da Educação (Marcos Corrêa/PR)

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com a carta de demissão entregue ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), o mais novo ex-ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, deixa a pasta nesta terça-feira, 30, cinco dias após a nomeação.

Decotelli confirmou a saída à reportagem da Folha e para o governo, a demissão foi a maneira encontrada para encerrar a crise criada após a divulgação das falsidades no currículo divulgado por Carlos Alberto. Com a saída dele, Bolsonaro acumula em 17 meses, a terceira saída de titulares da pasta.

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Bolsonaro publicou nas redes sociais detalhes sobre a demissão do ex-ministro. “Desde quando anunciei o nome do Professor Decotelli para o Ministério da Educação só recebi mensagens de trabalho e honradez. Por inadequações curriculares o professor vem enfrentando todas as formas de deslegitimação para o Ministério”.

Ele completa “O Sr. Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta (Governo), bem como, está ciente de seu equívoco. Todos aqueles que conviveram com ele comprovam sua capacidade para construir uma Educação inclusiva e de oportunidades para todos”, diz a postagem.

Quarto nome

Segundo o site UOL, o mais cotado para dirigir o MEC, por ora, é Anderson Correia, atual reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). São cogitados também o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, o ex-assessor do Ministério da Educação Sérgio Sant’Ana e o conselheiro do CNE (Conselho Nacional de Educação) Antonio Freitas, que é pró-reitor na FGV e cujo nome aparecia como orientador do doutorado não realizado por Decotelli.

Constava no currículo de Decotelli um doutorado pela Universidade Nacional de Rosario, da Argentina. O reitor da instituição, Franco Bartolacci, negou que ele tenha obtido o título, informação antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo. Há ainda sinais de plágio na sua dissertação de mestrado.

Nomeação

“Informo a nomeação do Professor Carlos Alberto Decotelli da Silva para o cargo de Ministro da Educação. – Decotelli é bacaharel em Ciências Econômicas pela UERJ, Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e Pós-Doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha”, disse o presidente em uma postagem no facebook.

Contrariados

Segundo a reportagem da Revista Veja, Decotelli desagradou a chamada ala ideológica do governo. O vereador licenciado Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho Zero Dois do presidente Jair Bolsonaro, foi um dos mais contrariados com o candidato à pasta da Educação. Carlos não gostou do “jeitão” de Decotelli, que estaria sendo “simpático demais com a imprensa”.

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