Após perder Banco Imobiliário, Estrela tem nova derrota, agora contra Mattel, dona da Barbie


22 de novembro de 2021
Após perder Banco Imobiliário, Estrela tem nova derrota, agora contra Mattel, dona da Barbie
A parceria com a Mattel durou até os anos 1990. (Reprodução/ Divulgação)

Com informações do InfoGlobo

A fabricante Estrela sofreu mais uma derrota na Justiça contra um fabricante americano de brinquedos que já foi seu parceiro comercial: a Mattel. A 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo negou um recurso da fabricante brasileira em uma ação de indenização movida contra a Mattel, por conta do rompimento de uma parceria de 30 anos para a produção, comercialização e licenciamento de brinquedos. 

A parceria com a Mattel durou até os anos 1990, com os produtos com as marcas da fabricante americana chegando a representar quase 20% do catálogo da Estrela.

Após o rompimento da parceria, a fabricante brasileira entrou na Justiça demandando lucros cessantes e danos morais, alegando perda de investimentos em marketing e técnicas de produção, prática de “dumping”, venda de produtos por preço abaixo do mercado e a não concretização de um contrato de joint venture.

A Estrela alegou ainda ter sido prejudicada por ter retirado a Susi do mercado para não atrapalhar as vendas da Barbie. Mas, o Tribunal não se convenceu e considerou a demanda das bonecas “descabida”. 

Crise

A decisão é mais um revés para a empresa de Carlos Tilkian que, no início do mês, perdeu uma disputa de 15 anos contra a Hasbro e foi obrigada pela Justiça a retirar do catálogo 18 títulos de jogos, incluindo clássicos como Banco Imobiliário, Jogo da Vida e Detetive, cujos direitos autorais pertencem à fabricante americana.

Procurada, a empresa afirmou que não comenta ações em andamento. No processo contra a Mattel, a Estrela também questionou o valor atribuído a um estoque de brinquedos repassados à Mattel a título de pagamento de uma dívida — o que o Tribunal também considerou descabido. A Estrela chegou a dever US$ 7,4 milhões à Mattel pelo não pagamento de royalties. Após a confissão da dívida, a Mattel topou receber o montante em mercadorias e, depois, resolveu rescindir o contrato.

No entendimento do Tribunal, a crise da Estrela não decorre dos termos do contrato comercial ou de seu rompimento, mas, como alegado pela própria fabricante, das dificuldades enfrentadas a partir da abertura do mercado à importação, na década de 1990.

Porém, o argumento da abertura comercial não explica a crise da empresa. O setor de brinquedos nacional é um dos mais protegidos e se beneficia, até hoje, de medidas de proteção comercial adotadas desde os anos 1990, exibindo uma das maiores tarifas de importação do mundo para o setor. O resultado de décadas de proteção, como se vê nas lojas, é uma indústria nacional com pouca inovação e preços mais caros para o consumidor.

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